Ensinando a ser gente : disposição, hábito e educação moral na Ética de Aristóteles

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Wagner, Thaiani Rafaela
Orientador(a): Spinelli, Priscilla Tesch
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248043
Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar a formação da disposição [hexis] virtuosa do agente ético através do processo conhecido como habituação [ethos]. Neste sentido, busco compreender porque viver uma vida feliz pressupõe possuir uma disposição para bem sentir e deliberar e qual é o papel que o hábito desempenha no desenvolvimento do caráter do aprendiz – que, tendo adquirido a disposição, se torna um agente suficientemente instruído no caminho da virtude, sendo capaz de escolher realizar boas ações por si mesmo. A questão central que guia a discussão é como acontece a passagem de adquirir a virtude ética para que, de fato, se realize ações virtuosas. Defendo que tal passagem não é por pura repetição mecânica, mas que, antes, envolve um complexo e importante processo educativo. Ser uma pessoa que sente bem, delibera bem e age bem nos diferentes contextos e circunstâncias que se apresentam no mundo exige a participação de um educador moral. Esse caminho de ensino pressupõe que o aprendiz moral tenha seu desejo educado; e essa educação, num primeiro momento, depende de orientação e determinação (racional) externa – eis a necessidade dos educadores, aqueles que nos guiam através da sua razão e dos seus exemplos de bom e nobre. Para que essa educação tenha efeito, chamo a atenção para a função do prazer e da vergonha como direcionadores e motivadores das ações: é através deles que aprendemos a amar o nobre e detestar o vil. Neste exercício, passamos a reconhecer – por nós mesmos, num crescente desenvolvimento cognitivo – aquilo que é o melhor a ser feito em cada circunstância e passamos a usar da nossa própria razão e do nosso próprio sentir para agir virtuosamente.