Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Rios, Fernando Rodrigues |
Orientador(a): |
Mizusaki, Ana Maria Pimentel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/273172
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Resumo: |
O intervalo entre o Jurássico Superior e o Cretáceo Inferior na Bacia do Paraná foi caracterizado pela acumulação do sistema eólico seco, a Formação Botucatu, inteiramente preservado pelos derrames vulcânicos, da Formação Serra Geral, contemporâneos à fragmentação do Gondwana. O intenso vulcanismo básico e, secundariamente, ácido recobriu o erg. A interface entre essas duas unidades registra um ambiente eólico atuante durante os estágios iniciais do vulcanismo caracterizada por feições e depósitos vulcano-sedimentares. As interações vulcano-sedimentares se originaram pela mistura de sedimentos consolidados ou inconsolidados, saturados ou não em água, com os derrames vulcânicos. As feições e depósitos de interação foram classificadas como concomitantes ao vulcanismo, formando feições e depósitos vulcanoclásticos, ou apenas feições de recobrimento com ausência de interações; e podem ser posteriores ou em intervalos de quiescência do vulcanismo e retorno da sedimentação, formando feições e depósitos epiclásticos. Através das diferentes particularidades dos processos de interação, entre as rochas vulcânicas e os sedimentos analisados nas feições e depósitos vulcano-sedimentares, o ambiente eólico da Formação Botucatu pôde ser, por analogia, comparado aos ambientes eólicos atuais. O paleoambiente proposto indica um ambiente sedimentar com diferentes domínios, categorizados por sua saturação em água. Os diferentes componentes siliciclásticos encontrados em cada domínio permitiram a formação das diferentes feições e depósitos vulcano-sedimentares encontrados. Por meio da petrografia quantitativa, amostras da matriz arenosa desses depósitos foram analisadas, a fim de discutir a paragênese das interações vulcano-sedimentares. Processos diagenéticos normais de soterramento foram discutidos para os arenitos epiclásticos e de diagênese de contato para os arenitos vulcanoclásticos. A principal distinção entre eles é a presença de indicativos texturais de fluidização encontrados nos arenitos vulcanoclásticos, ao longo da interface lava-sedimento. Tais características apontam que os sedimentos se encontravam inconsolidados e provavelmente úmidos ou saturados em água no momento da interação com o derrame vulcânico. Os arenitos epiclásticos possuem como principais constituinte diagenético as argilas infiltradas e esmectitas neoformadas, enquanto que os arenitos vulcanoclásticos são cimentados principalmente por calcedônia e zeólita. Devido ao volume intergranular ocupados pela calcedônia e zeólita, principalmente na interface lava-sedimento, suas gêneses por meio do soterramento é improvável, indicando condições precoces e de diagênese de contato. Além do mais, na região central do Rio Grande do Sul, limite sudeste atual da borda da Bacia do Paraná, há ocorrência de depósitos flúvio-eólicos da Formação Guará em contato com as rochas vulcânicas da Formação Serra Geral. Considerando, portanto, uma nova compreensão das relações temporais e espaciais entre os sistemas flúvio-eólicos (Formação Guará), eólicos (Formação Botucatu) e vulcânicos (Formação Serra Geral) que se instalaram nesse intervalo temporal. Mediante a análise de fácies e de elementos arquiteturais, a fim de reconstituir a evolução desse pacote vulcano-sedimentar, foi demonstrado que os sistemas sedimentares Guará e Botucatu permaneceram ativos durante o início do Serra Geral. Consequentemente, não houve hiato entre essas unidades, demonstrando uma contemporaneidade dos sistemas sedimentares com o vulcanismo em pelo menos uma de suas fases de desenvolvimento. |