Treinamento perceptual por aplicativo de pronúncia : uma análise dos efeitos das práticas pedagógicas online nas produções de aprendizes brasileiros de inglês

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Magagnin, Kelvin Pereira
Orientador(a): Alves, Ubiratã Kickhöfel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/281474
Resumo: Na área de ensino e aprendizagem de idiomas, os aplicativos de telefones celulares têm se mostrado valiosos recursos digitais, principalmente no que se refere ao período pós- pandemia de Covid 19 (Dutra; Sitoie, 2020; Santos et al., 2021). Os aplicativos de ensino de idiomas representam um ótimo suporte, mesmo fora das aulas de segunda língua, uma vez que possibilitam práticas de produção e percepção, feedback imediato, input de qualidade, além de, entre outras vantagens, permitirem que o usuário os utilize onde e quando preferir (Guo, 2014; Silveira, Zanchet, Pereira, 2022; Stanley, 2013; Stockwell, 2007). A partir desse cenário, alinhada à visão da Teoria dos Sistemas Dinâmicos Complexos (De Bot; Lowie; Verspoor, 2007; Larsen-Freeman, 2015; Larsen-Freeman, 2017; Larsen-Freeman; Cameron, 2008; Lowie; Verspoor, 2015), com uma concepção de desenvolvimento amparada no Revised Speech Learning Model (SLM-r) (Flege; Bohn, 2021; Flege, 1995) e na premissa de Cue Weighting (Holt; Lotto, 2006), esta Dissertação busca analisar o papel de um treinamento de pronúncia por aplicativo frente às produções de brasileiros aprendizes de Inglês como L2, considerando as durações de Voice Onset Time (VOT) das consoantes plosivas em posição inicial de palavra. A partir de um treinamento de pronúncia, realizado através do uso do aplicativo Juna (Juna Accent Coach, 2023), o Grupo Experimental do estudo (n=22) realizou seis sessões de treinamento, duas por semana, ao longo de três semanas. O treinamento realizado contou com tarefas perceptuais e de produção (Milan, 2019; Milan; Kluge, 2021), considerando a aspiração das plosivas /p/, /t/ e /k/. Por sua vez, o Grupo Controle do estudo (n = 27) não recebeu instrução de pronúncia durante o período de coleta de dados. O grau de duração da aspiração (VOT Positivo) nas produções dos participantes foi medido por meio de uma análise acústica dos dados coletados, a partir da leitura de frases-veículo, nas fases de pré-teste (realizado durante duas semanas antes do início do treinamento), pós-teste imediato (realizado uma semana após o fim do treinamento) e pós-teste postergado (realizado um mês após o pós-teste imediato). Também realizamos, junto à etapa de pós-teste imediato, uma tarefa de generalização, com itens lexicais diferentes daqueles treinados nas tarefas do aplicativo. Em nossa análise de dados, verificamos os dados descritivos e inferenciais referentes à produção de VOT. A análise inferencial foi realizada a partir de modelos estatísticos de regressão linear de efeitos mistos. Os resultados, em termos inferenciais, mostraram que: /p/ apresentou um aumento significativo da duração absoluta de VOT nas produções do Grupo Experimental; /t/ apresentou um aumento significativo da duração relativa e absoluta de VOT, porém para ambos os grupos (Experimental e Controle); por sua vez, /k/ apresentou uma diminuição não significativa da duração relativa de VOT, ao passo que apresentou um aumento não significativo da duração absoluta de VOT, 8 tendo ambos sido verificados nas produções dos dois grupos (Experimental e Controle). Além das considerações acerca dos grupos, em um procedimento de análise adicional, também buscamos um olhar centrado no desenvolvimento individual dos participantes. Para isso, verificamos as previsões dos modelos de regressão linear mista para cada participante do estudo, de modo a compararmos tais previsões do modelo e os dados efetivamente produzidos, a partir de uma discussão de variabilidade individual. Os resultados da referida análise demonstram trajetórias distintas entre os aprendizes, ressaltando a premissa da TSDC referente à variabilidade como indicadora de desenvolvimento. Entendemos que tal metodologia, que discute de forma conjugada, à luz da TSDC, tanto dados de previsão inferencial referente ao grupo quanto aos indivíduos, de modo a comparar as previsões individuais do modelo frente à variabilidade dos dados efetivamente produzidos, representa uma inovação no cenário científico brasileiro, bem como acreditamos que os resultados encontrados contribuem para a compreensão do papel da tecnologia dentro do ensino da pronúncia de L2.