O papel da proteína BRCA-1 sobre a resposta de macrófagos ativados pelas vias clássica, alternativa e quando expostos a meio condicionado de gliomas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Morrone, Maurilio da Silva
Orientador(a): Moreira, Jose Claudio Fonseca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/211360
Resumo: Macrófagos são células apresentadoras de antígenos que respondem a sinais inflamatórios possuindo amplo perfil fenotípico de acordo com cenário fisiológico. A atividade de macrófagos é peça importante para a homeostase tecidual, atuando na defesa do hospedeiro no combate a infecções, reparo tecidual e também na regulação de células imunes adjacentes. Além disso, macrófagos se mostram como peça chave no desenvolvimento de tumores, inclusive os cerebrais. A proteína BRCA-1 (BReast CAncer-1) é envolvida no reparo de DNA dependente de recombinação homóloga, reconhecendo e evitando a permanência de danos de fita dupla na molécula de DNA. Mutações ou mudanças na expressão de BRCA-1 são relacionadas com o surgimento (hereditário ou não) de câncer de mama, ovário e próstata. BRCA-1 apresenta propriedades em contextos inflamatórios, porém pouco explorada na biologia de macrófagos. O objetivo desta tese foi analisar a interferência da baixa expressão de BRCA-1 induzida por silenciamento em parâmetros inflamatórios da resposta de macrófagos RAW 264.7 diferenciados a fenótipos clássico, alternativo bem como quando expostos a meio condicionado de culturas de glioblastoma (CMC6). Os macrófagos silenciados apresentaram maior fragmentação de DNA através do ensaio de cometa; houve parada do ciclo celular na transição G1/S causada pelos tratamentos com LPS e meio condicionado de linhagem C6 de glioma (CMC6) e as células silenciadas mostraram também menor sobrevivência após as exposições. O silenciamento de BRCA-1 atenuou a expressão de TNF-α e IL-6 aumentadas por LPS e CMC6 além de ter aumentado a produção de marcadores anti-inflamatórios como TGF-β e IL-10. Os tratamentos com LPS e CMC6 causaram aumento no número de células autofágicas e o silenciamento de BRCA-1 potencializou a autofagia nestes tratamentos, inclusive nos macrófagos expostos a IL-4. A atividade do fator de transcrição NF-kB foi comprometida nas células silenciadas uma vez que os tratamentos com LPS e CMC6 estimularam sua atividade transicional. Os experimentos de “docking” molecular mostram que a conservação do domínio BRCT de BRCA-1 é importante para a interação física entre a proteína e a subunidade p65 de NF-kB, e que mutações em BRCA-1 relacionadas a neoplasias BRCA-1 dependentes impedem a formação do complexo BRCA-1-p65, sendo um forte indicativo da perda de capacidade inflamatória para macrófagos diferenciados. Análises de imunocitoquímica mostraram que a expressão de BRCA-1 diminuiu a presença da subunidade p65 de NF-κB no núcleo das células estimuladas por LPS e CMC6. Nossos resultados revelam que a expressão constitutiva de BRCA-1 exerce papel central na ativação de macrófagos por alterar as vias responsivas ao fator de transcrição NF-κB, além de abrirem perspectivas para futuras investigações sobre o papel de BRCA-1 que abordem não somente o reparo de DNA e sobrevivência celular, mas também sobre vias de resposta inflamatória destes fagócitos frente a processos inflamatórios e neoplasias gliais.