Afro-reparação e campo universitário : perspectiva de membras/os/es do campo Movimento Negro brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alves, Marta Mariano
Orientador(a): Caregnato, Célia Elizabete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/264000
Resumo: A população negra brasileira vem sendo historicamente excluída ou discriminada no espaço educacional e marginalizada no campo universitário, em consequência do racismo histórico-estrutural. O Parecer do Conselho Nacional de Educação, CNE/CP nº 03/2004, e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 186 (ADPF 186), do Supremo Tribunal Federal, que julgou constitucional a política de ação afirmativa racial, caracterizam as políticas para a área educacional neles mencionadas como compensatórias e de reparação histórica. Esta tese tem como objeto de estudo as práticas sociais de afro-reparação relacionadas ao campo universitário, na práxis de agentes do campo Movimento Negro brasileiro. O campo Movimento Negro brasileiro é caracterizado nesta pesquisa como um campo de ação social. Isso se deve ao seu caráter de espaço social que forma uma coletividade permeada por um habitus de resistência e luta antirracista, bem como por apresentar heterogeneidade e disputas internas, como é próprio das relações sociais, mas delimitado pela causa comum de enfrentamento ao racismo. O objetivo geral desta tese é analisar como as concepções de afro-reparação, em disputa no campo Movimento Negro brasileiro, concebem as ações de afro-reparação no campo universitário. Nesta tese, afroreparação é considerada um elemento da práxis (categoria teórica abordada por Clóvis Steiger de Assis Moura) de agentes do campo Movimento Negro brasileiro, bem como um conjunto de expectativas sociais, educacionais, jurídicas e econômicas, presentes em perspectivas de integrantes e entidades do campo Movimento Negro brasileiro e em pautas antirracistas. Este estudo está baseado em uma conjugação teórica composta pelos autores Clóvis Steiger de Assis Moura, Pierre Félix Bourdieu e Axel Honneth. Quanto à metodologia, é um processo investigativo exploratório, que utiliza instrumentos híbridos de coleta de informações e interpretação social, classificados como investigação documental (jornais, sítios web, manifestos, cartas, panfletos, pautas de organização de manifestações públicas, sentenças jurídicas e legislações) e investigação interpessoal de fatos e percepções (questionário e entrevista). A investigação realizada envolveu 27 questionários dos quais 17 tiveram entrevistas efetivadas. Os resultados das análises dos dados coletados nas entrevistas foram utilizados para delinear uma práxis pedagógica universitária negra reparativa, considerando elementos como formação docente, currículo, relações interpessoais e combate ao racismo, aspectos organizacionais, administração e a articulação ensino, pesquisa e extensão.