Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1999 |
Autor(a) principal: |
Peres, Alessandra |
Orientador(a): |
Wajner, Moacir |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/271054
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Resumo: |
Os alcalóides indólicos beta-carbolinas foram inicialmente descritos por Goebel em 1841 a partir da planta Peganum harmala. Estes alcalóides são conhecidos por apresentarem ações sobre o sistema nervoso central, inibindo a enzima monoamino oxidase, sobre o sistema cardiovascular, causando hipotensão e bradicardia e sobre o DNA, intercalando-se entre as bases que o compõem, o que explicaria a ação co-mutagênica e clastogênica dos mesmos. No presente estudo, foi investigada a influência de cinco alcalóides das beta-carbolinas (harmina, harmalina, harmol, harmalol e harmano) sobre a proliferação de linfócitos periféricos humanos estimulados com fitoemaglutinina (PHA), um teste in vitro para a determinação da imunocompetência celular. As células mononucleares (linfócitos) obtidas de sangue venoso periférico de voluntários hígidos foram cultivados no meio de cultura RPMI 1640 em micro placas de 96 poços com fundo plano a 37° C por 96 horas na presença de 5% de CO₂ em ar na presença de 1 % de fitoemaglutinina, 1O % de soro autólogo e de cada um dos alcalóides nas concentrações de 3 a 100 μg.ml⁻¹ , em alguns experimentos e na concentração de 50 μg.ml⁻¹ em outros. As culturas controles não continham nenhum alcalóide. O método de MTT (3-[4,5-Dimethylthiazol-2-yl]-2,5-diphenyl-tetrazolium bromide) foi utilizado para verificar a proliferação celular. Todos as cinco beta-carbolinas foram capazes de inibir a proliferação celular nas doses de 50 e 100 μg.ml⁻¹, enquanto o harmol também apresentou efeito imunossupressor nas doses de 25 μg.ml⁻¹ . Já o alcalóide utilizado como controle, a cafeína, não apresentou qualquer efeito sobre a reatividade linfocitária o que indica uma ação específica dos alcalóides da harmala. Quando os alcalóides foram adicionados em diferentes tempos a partir do início das culturas (O, 24, 48 e 72 horas) foi detectada uma atividade imunoregulatória variável sobre os linfócitos estimulados por fitoemaglutinina. Nenhum alcalóide causou inibição na proliferação após 72 horas do início das culturas, o que indica uma ação imunomoduladora nos estágios iniciais da cultura celular. Os alcalóides harmalol e harmano inibiram a proliferação somente no tempo 0 hora do início das culturas. A harmina mostrou-se a menos dependente de tempo, pois até 48 horas após o início das culturas causou inibição da proliferação linfocitária. Já o harmol e a harmalina apresentaram um mecanismo de ação intermediário, pois causaram inibição até 24 horas após o início das culturas. Todos os alcalóides das beta-carbolinas foram capazes de inibir a proliferação linfocitária quando pré-incubados por 4 horas e após retirados do meio de cultura, refletindo a ação destes nos estágios precoces da proliferação linfocitária. A harmina e a harmalina apresentaram a maior inibição da resposta linfocitária quando se mantiveram presentes durante todo o período da cultura ou quando foram adicionados após a pré-incubação. O mesmo ocorreu para os alcalóides harmol, harmalol e harmano quando presentes durante toda a cultura. Eles apresentaram efeito menor quando adicionados somente após a pré-incubação. Os estudos com citometria de fluxo confirmaram o efeito inibitório dos alcalóides indicando que sua ação está dirigida para os linfócitos (CD3+). |