Associações entre fragilidade e doença cardiovascular avaliadas por ecocardiografia : achados do estudo ELSA-Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Serafini, Thiago Ferreira
Orientador(a): Foppa, Murilo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/288704
Resumo: Introdução: A fragilidade é uma síndrome clínica de declínio fisiológico associada ao envelhecimento e relacionada com aumento da morbidade e mortalidade. Diversas ferramentas foram desenvolvidas para diagnosticar fragilidade, sendo que uma das mais utilizadas avalia cinco critérios (perda de peso, exaustão, baixa atividade física, lentidão e diminuição da força de apreensão) e classifica como frágeis os indivíduos que apresentem três ou mais desses critérios. Entre as comorbidades que podem predispor a fragilidade, as doenças cardiovasculares desempenham um importante papel. A avaliação de alterações cardiovasculares subclínicas, avaliadas por meio do ecocardiograma, além de auxiliar na identificação de indivíduos com maior risco de eventos adversos de saúde, também aparentam se associar com fragilidade. A relação entre fragilidade e doença cardiovascular é complexa e pode estar presente em diversas situações clínicas, sendo que possivelmente existe uma associação bidirecional entre elas. Objetivo: Procuramos investigar as associações entre fragilidade, doença cardiovascular e alterações subclínicas avaliadas por ecocardiograma em idosos. Métodos: Foram analisados participantes com mais de 60 anos da coorte ELSA-Brasil que realizaram ecocardiograma na Visita 1 (2008-2010) e foram avaliados para fragilidade na Visita 3 (2017-2019). O exame ecocardiográfico incluiu diferentes parâmetros morfofuncionais, e a avaliação clínica foi realizada com uso de variáveis do banco de dados do estudo. Fragilidade foi definida como a presença de três ou mais dos seguintes critérios: perda de peso, exaustão, baixa atividade física, lentidão e diminuição da força de apreensão. Modelos de regressão binomial foram usados para investigar as associações entre alterações em parâmetros ecocardiográficos e fragilidade. Resultados: entre os 2083 participantes (idade média de 63,6±5,1 anos; 55% mulheres) que atenderam aos critérios de inclusão, 111 (5,3%) eram frágeis. Indivíduos frágeis apresentaram mais comorbidades e piores parâmetros ecocardiográficos. Após ajustes para covariáveis (idade, altura, sexo, IMC, hipertensão e diabetes) fragilidade permaneceu independentemente associada com doenças cardiovasculares prevalentes. Entre os parâmetros ecocardiográficos, apenas a disfunção sistólica do ventrículo esquerdo e as velocidades tissulares do anel mitral (e’ lateral e septal) mantiveram associação significativa com fragilidade. Conclusão: Fragilidade e doenças cardiovasculares são condições comuns na população e estão frequentemente associadas. Nossos achados sugerem que fragilidade esta principalmente associada com doença cardiovascular clinicamente manifesta, parâmetros ecocardiográficos avaliados de maneira isolada apresentam uma associação com fragilidade limitada na ausência de doença cardiovascular clínica.