Esponjas marinhas do sul do Brasil : estrutura das comunidades, interações e biodiversidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Carraro, João Luís de Fraga
Orientador(a): Würdig, Norma Luiza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/69715
Resumo: O presente estudo tem como foco principal caracterizar a estrutura das assembléias de poríferos marinhos, a influência de fatores ambientais em sua distribuição, a sua relação com os demais organismos e a biodiversidade em três Ilhas do Estado de Santa Catarina. As coletas foram realizadas nas ilhas das Aranhas, do Xavier e do Campeche, município de Florianópolis. Os dados quantitativos foram coletados em dois estratos de profundidade: (1) a seis metros (RASO) e (2) a 12 metros (FUNDO). Em cada faixa de profundidade foram estendidas cinco transecções de 20 metros de comprimento cada, em contínuo. Para verificar se houve diferença significativa na estrutura das assembléias, considerando os fatores ilhas, profundidade e tipos de rocha, foi utilizado no SPSS, versão 18, o Modelo Linear Generalizado – GLM. Através da matriz de similaridade foi realizada uma análise de escalonamento multi-dimensional (nMDS) para representar a distribuição dos descritores ambientais em relação à composição de espécies. Para caracterizar e quantificar as interações entre as esponjas e o fito-zoobentos foram criadas quatro categorias de interação: Contato de Borda (CB): quando não há evidência de crescimento de dois organismos, um sobre o outro, que entram em contato direto pelas bordas; Contato Indireto (CI): quando a esponja está próxima ao organismo vizinho, num raio de até 5 cm de distância, sem contato das bordas de ambos; Contato por Recobrimento (RE): quando toda ou parte da esponja apresenta crescimento sobre o organismo em contato e Contato por Cobertura (RT): quando parte dos poros ou ósculos da esponja estão embaixo dos demais organismos ou quando estão sendo utilizadas como substrato. Para avaliar como as assembléias de esponjas utilizam o espaço no ambiente em relação à fauna e flora circundante, foi utilizado o índice de grau de intransitividade. A ilha das Aranhas apresenta a maior riqueza (42 spp) e abundância de esponjas (2859 ind). A ilha do Xavier apresentou a menor abundância (1665 ind) e riqueza intermediária (38 spp) e a ilha do Campeche apresentou a menor riqueza (34 spp) e abundância intermediária (2423 ind). Constatou-se interação significativa entre a localização (ilha) e o tipo de substrato e a riqueza de espécies (p-valor < 0,001) e o número de indivíduos (p= 0,039). O resultado do nMDS com stress de 0,07 mostra a tendência dos pontos a se agruparem mais proximamente uns dos outros em função da inclinação do substrato. As espécies mais abundantes foram Pachychalina alcaloidifera, Hemimycale sp., Guitarra sepia, Haliclona (Halichoclona) sp.2 e Dragmaxia anomala. O padrão de crescimento predominante nas assembléias de esponjas foi o incrustante com 71,4% das espécies. Conforme os resultados das interações, a assembléia de esponja está estruturada em Network, tanto nas interações Interfiléticas (SI= 0,64), quanto nas relações Intrafiléticas (0,79), resultantes do maior valor encontrado para SI (Stand-off Index) em relação ao WI (Win Index). Os resultados da matriz de contato tanto para as espécies de esponjas com os grupos interfléticos, quanto para as esponjas no grupo intrafilético, evidenciam a presença de competição Network, sem dominância evidente por nenhuma espécie ou grupo morfuncional. O presente estudo amplia o registro de poríferos em costões rochosos de Santa Catarina, das atuais 38 espécies para 75.