Arte e resistência na ditadura militar chilena : a produção de Carlos Leppe e Las Yeguas del Apocalipsis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Selistre, Jacks Ricardo
Orientador(a): Santos, Alexandre
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/266171
Resumo: Esta tese de doutorado explora as relações entre arte, corpo e política no circuito artístico chileno dos anos 1970 a 1990, período que compreende a eleição de Salvador Allende e a sua queda, em 1973, decorrente de um Golpe de Estado. O governo socialista de Allende promoveu transformações econômicas e políticas que ecoaram no setor cultural, de modo que a arte era uma aliada na revolução, portanto havia a intenção de aproximar a arte da população através das Brigadas Muralistas. De aliada, a arte passou a ser inimiga do governo a partir do Golpe de Estado devido ao seu viés crítico e subversivo. Para contê-la, a ditadura criou uma estrutura de repressão e de censura, a qual pode ser considerada como o pilar do seu projeto cultural antimarxista. Diante de seu implacável aparelho de vigilância, um grupo de artistas optou por produzir obras codificadas como estratégia de expressão, pois desta forma as suas denúncias não seriam interceptadas pela censura. Esses artistas foram nomeados por Nelly Richard como Escena de Avanzada. Desse grupo, enfatizo a obras de Carlos Leppe, cuja produção possuía elevado potencial metafórico a fim de denunciar as práticas de tortura empreendidas pela ditadura; em sua obra Leppe ainda tensiona aspectos de sua biografia e de sua identidade, assumindo simultaneamente um caráter pessoal e coletivo. A redemocratização do país, iniciada em 1988, representou uma abertura política que permitia o abandono da hipercodificação em detrimento de obras mais diretas e críticas. Neste cenário, Las Yeguas del Apocalipsis destacaram-se como um coletivo formado por Pedro Lemebel e Francisco Casas, que possuía obras visualmente provocativas a fim de reivindicar o lugar das dissidências sexuais na luta democrática. A produção de Carlos Leppe e de Las Yeguas del Apocalipsis consistia na exploração do corpo como suporte artístico para questionar, criticar e subverter a repressão ditatorial e os binarismos de gênero através do travestismo, o qual opera como um dispositivo de resistência antiditatorial e desidentitário.