Trabalhadores on demand e pandemia : uma etnografia com motoristas e entregadores de aplicativo na região metropolitana de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rocha, Jonathan Madeira
Orientador(a): Segata, Jean
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/231646
Resumo: Trabalho, tecnologias e pandemia são temas transversais que se encontram ao longo desta pesquisa. A partir da reconstrução das políticas trabalhistas no Brasil, analisa-se como a Reforma Trabalhista de 2017 marca um acentuado processo de avanço da estratégia neoliberal que suprime direitos, garantias e condições de trabalho decente, em troca de uma pretensa modernização ‒ que nunca chegou ‒. Mais recentemente, a chegada de tecnologias digitais, aliada ao processo de desregulamentação do trabalho, proporcionou a migração deste sofrimento para as plataformas digitais. Este processo vem sendo chamado de Uberização, Plataformização do Trabalho e outros termos emergentes. Nos interessa aqui o controle e o gerenciamento do trabalho realizado por processos algorítmicos e como estas populações se relacionam e percebem este fenômeno. Para compreender isto, foi realizada uma etnografia que acompanhou, durante 14 meses, motoristas e entregadores que trabalham por aplicativo. Este empreendimento trouxe desafios metodológicos e teóricos em razão de suas condições excepcionais, que são debatidos ao longo do texto. Por fim, é durante uma pandemia que este trabalho e as histórias contidas nele acontecem. Para tanto, se buscou trazer a dimensão múltipla da pandemia e a maneira como esta traz relevo aos problemas já presentes. Conciliando a pandemia e o digital, argumenta-se que a precarização do trabalho não é resultado de ambos, mas da exploração inerente ao sistema capitalista. Com esta discussão, propõe-se a ampliação dos debates à direção de uma agenda de políticas públicas a respeito da relação de trabalho, tecnologias digitais e eventos críticos. como a pandemia do novo coronavírus.