Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Gabriel, Marcio Rogério |
Orientador(a): |
Gugliano, Alfredo Alejandro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/201714
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Resumo: |
A democracia é um fenômeno social complexo que comporta inúmeros conceitos e interpretações. No limiar do século presente, vertentes concorrentes, cada um a seu modo, ainda tentam explicar os problemas democráticos e buscam soluções para os reconhecidos males que afetam esse regime. As teorias da democracia participativa, associativa e deliberativa procuram ampliar os estudos sobre os espaços de comunicação e as possibilidades de diálogos públicos em nível local que constituam elementos importantes e viáveis para democratizar a democracia. Nesse sentido surgem algumas possibilidades de investigar a relação democrática para além do espaço do Estado, mais especificamente nas organizações da sociedade civil, no entendimento que a democracia se nutre e se fortalece nas boas relações constituídas nessas comunidades. Nesse sentido, a comunidade Reca, fundada em 1989, é reconhecida nacional e internacionalmente pela capacidade de organização e gestão democrática, com produção voltada para a sustentabilidade ambiental, tendo recebido vários prêmios, e servindo de inspiração para a formação de outras comunidades rurais. Alguns estudos precedentes informam que o sucesso do Reca se justifica pela força da confiança e solidariedade entre seus membros, constantemente reafirmados por suas histórias de vida, que seu capital social é reforçado pela gestão participativa. Outros, contudo, informam que o êxito se deve aos trabalhadores empresários os quais adotam com eficácia uma estratégia microeconômica exitosa que orienta a sustentação do projeto pelo viés do benefício econômico individual, o que ocorreria por meio de uma tradicional cooperativa empresarial, chegando a afirmar que dentro da comunidade as relações políticas passam a se dar mais pautadas pelas relações econômicas do que pelas relações sociais e pelos laços de solidariedade. Assim, o avanço da presente pesquisa consistiu-se em investigar e identificar o modelo de gestão do projeto Reca, se sua estrutura de governança é democrática e participativa, à luz das principais vertentes contemporâneas dessa teoria, ou se predomina um modelo empresarial tradicional, com gestão verticalizada, baseada em princípios de racionalidade econômica. Esse estudo de caso, utilizando-se da técnica da observação participativa, apresenta os resultados a partir da avaliação do comportamento e ação dos membros associados e gestores, nas oportunidades, arenas e espaços formais e informais de tomadas de decisão e participação. As pesquisas permitiram concluir sob a ótica da democracia participativa que o projeto Reca constitui uma comunidade hibrida onde estão presentes elementos de essência de Democracia Forte que lhe conferem destaque e perenidade, contudo, identificam-se presentes também elementos de gestão e governança verticalizadas típicos das instituições empresariais tradicionais alinhados à Democracia Fraca Representativa, os quais podem constituir obstáculos à própria continuidade da comunidade solidária. |