Impactos socioambientais e percepção da paisagem em locais de forte fragilidade ambiental na cidade de Santa Maria/RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Nascimento, Marilene Dias do
Orientador(a): Moura, Nina Simone Vilaverde
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/117758
Resumo: Estudos geomorfológicos são essenciais para a verificação da fragilidade ambiental de um determinado lugar e, em ambientes antropizados; além de estudos geomorfológicos, o pesquisador deve entender as relações da população com o ambiente, incluindo a percepção das fragilidades ambientais e dos riscos geomorfológicos associados. Nessa perspectiva, o principal objetivo dessa pesquisa foi buscar o entendimento da articulação entre o crescimento da cidade, os graus de fragilidades ambientais, as características socioeconômicas e a percepção da população que habita locais definidos como de fragilidade ambiental emergente muito forte na cidade de Santa Maria/RS/Brasil. Considerando o caráter geográfico da pesquisa, a metodologia adotada fundamentou-se nas concepções metodológicas referentes aos paradigmas da Geografia Socioambiental, dentro de uma abordagem sistêmica. A fim de atingir os objetivos propostos foram realizados estudos sobre o processo histórico do crescimento urbano de Santa Maria, mapeamento dos graus de fragilidade ambiental potencial e emergente, caracterização física ambiental, levantamento socioeconômico e verificação da percepção dos residentes nos locais definidos como de fragilidade ambiental emergente muito forte. Os resultados da pesquisa mostraram que, na cidade de Santa Maria/RS, existem diversos graus de fragilidades ambientais potenciais, desde o muito fraco até o muito forte, devido às características dos elementos físicos que compõem a paisagem e essas fragilidades tornam-se emergentes, em diferentes graus, desde o muito fraco até o muito forte, dependendo do nível de alteração da paisagem. Comprovou-se, também, que os locais com as maiores fragilidades ambientais são habitados pelas pessoas que apresentam as maiores fragilidades sociais, no que diz respeito ao baixo padrão construtivo das moradias, o baixo grau de escolaridade, os empregos informais e o baixo padrão salarial. Essa condição socioeconômica reflete diretamente na percepção dos moradores sobre os processos geomorfológicos do local vivido e na forma como estes são interpretados. Apesar de haver um reconhecimento de que o local apresenta riscos geomorfológicos, estes se acostumam com a situação do risco e passam a não percebê-lo. A convivência com essas situações é incorporada no inconsciente humano individual e social e os problemas ambientais não são mais vislumbrados pelos habitantes do local. Estes, na maioria dos casos, são atribuídos a terceiros como Deus, governo, própria natureza, vizinhos. E, na maioria das vezes, são priorizadas medidas individuais e estruturais para prevenção dos riscos. As ações de caráter coletivo, geralmente, não são colocadas em prática, pois é considerado que morar no local não contribui para aumentar a fragilidade ambiental.