A geodiversidade e a geoconservação nas Ilhas das Pombas e da Ponta Escura, Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ramos, Cléo Lindsey Machado
Orientador(a): Bremer, Ulisses Franz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/116734
Resumo: A geodiversidade, aliada à geoconservação, é um tema relativamente novo e ainda pouco explorado pela comunidade acadêmica no Brasil. Porém, nos últimos anos percebeu-se a necessidade de estratégias de preservação da geodiversidade entendida como o meio abiótico, constituído por composições rochosas e de relevo resultantes de fenômenos geológicos e geomorfológicos que diferenciam a litologia e os minerais, gerando distintas paisagens e a grande diversidade de ambientes que propiciam o desenvolvimento das diferentes formas de vida na Terra. Com o objetivo de preservar ambientes de grande relevância ecológica como os insulares, desenvolveu-se um levantamento da geodiversidade das ilhas das Pombas e da Ponta Escura, no Parque Estadual de Itapuã, no Estado do Rio Grande do Sul, quantificando o seu valor intrínseco, seu uso potencial e a necessidade de proteção para geoconservação. Os procedimentos metodológicos compreenderam um estudo prévio da área a partir de imagens satelitais, saída a campo para coleta de amostras, análises laboratoriais, produção de material cartográfico e análise dos resultados. As ilhas apresentam gênese distinta, uma sedimentar (Ponta Escura) e outra rochosa (Pombas). As características granulométricas e morfométricas dos seus sedimentos também diferem uma da outra, onde a das Pombas apresenta maiores granulometrias variando nos tamanhos de areia muito grossa a grânulo, e grãos imaturos, enquanto na ilha da Ponta Escura observa-se maior arredondamento dos grãos e granulometria com alto percentual de areia média. Quanto à mineralogia, a ilha Ponta Escura se destaca pela alta quantidade de minerais pesados, principalmente turmalina. Os Neossolos predominam em ambas as ilhas, com subordens distintas, de Litólico e Flúvico na ilha das Pombas a Quartzarênico Órtico na Ponta Escura. A vegetação, cuja florística carece descrição científica, apresenta uma fitofisionomia caracterizada por estratos diversificados – entremeados por cactáceas de porte alto – desde um inferior herbáceo ao dossel, por vezes destacando-se árvores mais altas. A presença de indivíduos de algumas espécies exóticas da flora testemunha a interferência antrópica pretérita na cobertura vegetal original de ambas as ilhas, mais destacadamente a da Ponta Escura. Por fim, adotando-se a metodologia desenvolvida por Brilha (2005), procedeu-se com a quantificação para fins de geoconservação, onde demonstrou-se valor relativamente alto, proporcionalmente ao tamanho das ilhas e por elas pertencerem a uma área de proteção integral. Propõem-se uma ampliação da área de estudo, incluindo outras ilhas que integram o lago Guaíba, relacionando o conhecimento da geodiversidade e biodiversidade como estratégias para a geoconservação e gerenciamento da presença humana, pois a ação antrópica desregrada pode impactar diretamente ambientes que podem ser sensíveis e muito dinâmicos como nas ilhas deste estudo.