Investigação morfológica e molecular dos tripes do folhiço da tribo Glyptothripini (Thysanoptera: Phlaeothripidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lindner, Mariana Flores
Orientador(a): Cavalleri, Adriano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276219
Resumo: A tribo Glyptothripini é um dos grupos mais diversos de tripes encontrados em folhiço. Possui mais de 150 espécies descritas em 20 gêneros, sendo a maioria registrada nas Américas. Apesar desta aparente riqueza, o conhecimento deste grupo é extremamente limitado: pouco se sabe sobre o hábito de vida e ecologia destes tripes, bem como suas relações filogenéticas. A morfologia é bastante variável, mas pouco compreendida, com muitas dificuldades para a identificação e delimitação de espécies. Este trabalho objetiva explorar algumas destas limitações e maneiras de resolvê-las, especialmente quanto à questão de identificação de espécimes. Avaliamos três grandes aspectos: a representatividade e utilidade de sequências de DNA Barcode como uma biblioteca de referência para identificação de tripes; as informações que DNA Barcode podem prover para Glyptothripini; e um resumo detalhado da diversidade morfológica registrada no gênero Glyptothrips, um dos maiores da tribo. Estudamos o banco de dados de DNA Barcode disponibilizado na plataforma online BOLD quanto à representatividade em Thysanoptera, presença de Barcode Gaps em diferentes gêneros, bem como se estas sequências permitiriam identificações corretas de novas sequências. Verificamos que apenas 5% das espécies válidas de tripes estão representadas neste banco de dados, e que muitas sequências apresentam incongruências com as identificações morfológicas, dificultando o uso delas como referência para identificação. Porém, Barcode Gaps foram identificados na maioria dos gêneros avaliados, indicando que a diferenciação entre espécies do mesmo gênero parece ser clara na maioria dos casos. Avaliamos as distâncias genéticas dentro de Glyptothripini, com base no marcador molecular “Citocromo c Oxidase subunidade I” (COI). Glyptothrips e Terthrothrips apresentaram as distâncias interespecíficas médias mais altas dentre todos os gêneros de Phlaeothripidae analisados. Inferência Bayesiana deste gene recuperou os dois gêneros mencionados mais Eurythrips como grupos parafiléticos. Estas constatações sugerem que a informação evolutiva presente no gene COI não concorda com a atual definição destes gêneros, baseada em informações limitadas da morfologia. Também resumimos todo o conhecimento sobre a variação morfológica dentro do gênero Glyptothrips. Esta variação foi detalhada em uma discussão das principais estruturas e comparações entre espécies, bem como ilustrada com fotos de espécimes-tipo. Por fim, criamos uma chave de identificação para as espécies registradas na América do Sul, e uma tabela listando diversos caracteres diagnósticos para todas as espécies, para facilitar futuros esforços de identificação de espécimes de Glyptothrips. Concluímos que, atualmente, nem morfologia sozinha nem dados moleculares disponíveis são suficientes para identificar espécimes de Glyptothripini com segurança; porém, ambas as fontes de dados possuem potencial se usadas em conjunto. Morfologia é essencial para associar o conhecimento e nomes atuais aos dados moleculares que estão sendo gerados; e estes dados moleculares poderão testar as definições criadas com base em morfologia, e modificá-las quando necessário.