Morfodinâmica de um delta artificial na margem oeste da Lagoa Mangueira – RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Guimarães, Lisiane Silva
Orientador(a): Almeida, Luiz Emílio de Sá Brito de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/94710
Resumo: O estudo, em corpos lagunares, de transportes de sedimentos pode apresentar significativa importância e abrangência. Para que haja compreensão dos mecanismos que ocorrem na linha de costa de um corpo aquoso é fundamental o estudo de sua morfodinâmica e morfologia do sistema. Estes evoluem conjuntamente, visto que a dinâmica determina a morfologia, entretanto uma vez estabelecida a morfologia, esta condiciona a dinâmica. A evolução de corpos lagunares segue a evolução de cinco processos naturais: a segmentação, a acresção vertical, a progradação de deltas, a acresção lateral, a sedimentação marinha e/ou lacustre. Neste estudo é abordado a progradação deltaica. Deltas são acumulações de sedimentos no final de um canal, no qual há uma descarga dentro de um corpo de água. A área selecionada para este estudo situa-se no sul da planície costeira do Estado do Rio Grande do sul, na região norte da Lagoa Mangueira, onde se localiza diversos deltas artificiais presentes no corpo lacustre. Pelo fato de estar inserido no popularmente conhecido “Parque das Capivaras”, a feição estudada ficou denominada como “Delta das Capivaras”. O objetivo do estudo foi desenvolver o modelo de evolução deste delta artificial construído pela atividade das lavouras arrozeiras na margem oeste da Lagoa da Mangueira e avaliar os impactos ambientais causados pelo manejo do solo. A metodologia empregada contemplou variadas técnicas de aquisição e interpretação de dados. As atividades iniciaram com uma revisão bibliográfica e preparação da logística necessária para aquisição de informações em campo, onde foram coletados dados de sedimentologia, batimetria e testemunhos. As atividades posteriores compreenderamm análises, processamentos e tratamentos das amostras e informações obtidas, em laboratório. A integração dos dados forneceu informações importantes sobre a dinâmica e morfologia do Delta das Capivaras. Foi possível concluir que o principal agente formador do delta é o canal artificial gerado pela atividade antrópica devido ao elevado potencial de aporte de sedimentos para o interior da lagoa. A flutuação de nível é pouco representativa e a ação das ondas é secundária na formação do delta, já que o mesmo é protegido por feições arenosas e vegetação. A atividade de orizicultura na margem oeste da Lagoa Mangueira causa rápida eutrofização no corpo aquoso, esse fato mostra que a atividade antrópica causada pelo cultivo de arroz modifica bastante as características naturais desse corpo hídrico, podendo causar impactos na vida e dinâmica da lagoa. O Delta das Capivaras se desenvolveu em um local inferior a 1 km, num intervalo de tempo de décadas; e, por fim, sua gênese foi controlada principalmente pelo aporte de sedimentos. Além disso, está inserido em uma bacia de drenagem litorânea com extensão de área bastante reduzida e relevo com cotas inferiores a 10 metros, não podendo, portanto, gerar uma feição do tamanho do Delta das Capivaras, em um curto espaço de tempo. Essas características classificam o delta como uma feição artificial de escala de engenharia e não geológica.