As agroflorestas como expressões do desenvolvimento rural no Rio Grande do Sul : uma análise a partir da produção de novidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ferreira, Lucas da Rocha
Orientador(a): Dal Soglio, Fabio Kessler
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/109257
Resumo: Esse estudo tem como objetivo compreender o desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais a partir dos elementos teóricos do desenvolvimento rural, com foco no processo de produção de novidades. O resultado geral, obtido a partir da análise de experiências empíricas no Rio Grande do Sul, se resume em uma afirmação: as agroflorestas são expressões da emergência do paradigma de desenvolvimento rural. Esse paradigma é entendido como um padrão de desenvolvimento que surge a partir da busca dos atores sociais em responder aos limites do modelo de agricultura difundido com a modernização, sobretudo o crescente aperto na renda ocasionado pelo aumento dos custos de produção e estabilização dos preços pagos aos produtos. Os atores buscam promover novas formas de fazer agricultura e criar sinergias entre a produção agrícola e outras esferas (setor de serviços, conservação de paisagens, repertórios culturais, etc.) como estratégias de desenvolvimento das regiões rurais. As agroflorestas são justamente uma dessas estratégias. Compreender os Sistemas Agroflorestais como expressões do desenvolvimento rural, contudo, só foi possível a partir do estudo de um domínio em especifico: o processo de produção de novidades. A produção de novidades é uma alternativa teórica às abordagens ortodoxas de estudo das inovações que se fundamenta em elementos da Perspectiva Orientada aos Atores e da Perspectiva Multinível das transições sociotécnicas. A interface entre as duas perspectivas elucida um quadro analítico que sugere que as transformações sociais e tecnológicas (embora dificultadas pela resistência a mudanças por parte do regime dominante) ocorrem a partir da emergência de inovações radicais (novidades), que rompem com as rotinas pré-existentes, e se desenvolvem em um cenário favorável de mudanças estruturais mais amplas. Embora os elementos teóricos sugiram certa estruturação dos sistemas sociais e tecnológicos, confere-se importância à agência dos atores sociais, que buscam cotidianamente criar novas formas de produção, relação e organização e reestruturar as práticas sociais. Os Sistemas Agroflorestais são novidades que rompem com a trajetória de especialização das unidades de produção e se conectam a construção de novos mercados, novos produtos, formas de organização e expressam a emergência de um novo padrão de exploração da natureza e das regiões rurais.