Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Pardo, Grace Violeta Espinoza |
Orientador(a): |
Lucion, Aldo Bolten |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/94890
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Resumo: |
O sono das mulheres é continuamente alterado por mudanças fisiológicas durante o seu desenvolvimento. O incremento de atividade laboral da mulher na sociedade atual aumenta a propensão para sofrer alterações no seu padrão de sono. A alteração do sono é mais comum durante a gravidez, principalmente devido a mudanças neuroendócrinas características desta etapa. A interrupção ou perda parcial ou total do sono durante a gravidez é considerado um fator de risco para as complicações no trabalho de parto e o desenvolvimento emocional materno no pós-parto, influenciando respectivamente a sobrevivência do neonato e a relação mãe-filho. Por outro lado, a perda de sono durante a gravidez em roedores tem efeitos negativos sobre aspectos morfológicos, fisiológicos e comportamentais da prole. Considerando que os fatores ambientais podem ser mais bem controlados em modelos experimentais, realizamos um estudo de privação de sono paradoxal durante a última semana da gravidez. Ratas Wistar foram submetidas a privação de sono paradoxal durante vinte horas diárias com quatro horas de recuperação de sono por seis dias consecutivos, entre o dia 14 e 20 da gravidez, utilizando a técnica de plataformas múltiplas. Foram implementados dois grupos controles. Um grupo controle caixa que não foi submetido a nenhum tipo de manipulação e outro grupo controle plataforma foi sometido a um ambiente semelhante ao grupo privado de sono com exceção da água circundante das plataformas. Ambos os grupos controles permaneceram na sala de privação de sono durante as sessões o tempo que durou o experimento. Desde o inicio da gravidez o peso corporal e a ingesta alimentar foram diariamente registrados nos tres grupos. O ultimo dia da privação de sono (dia 20 da gestação) seis animais de cada grupo foram sacrificados para estudos de parâmetros metabólicos e hormonais maternos e fetais. O resto dos animais foi colocado em caixas transparentes individuais, onde pariram e permaneceram até o dia sete do pós-parto. Um dia depois do parto todas as ninhadas foram padronizadas a oito filhotes (4 machos e 4 fêmeas). Durante os seis primeiros dias do pós-parto foi registrado o comportamento materno em quatro sessões diárias. Pela manhã do sétimo dia pós-parto as mães foram sacrificadas e os filhotes, após serem submetidos no teste de preferencia olfatória, foram também sacrificados. Nossos resultados mostraram que a privação de sono paradoxal na última semana de gravidez em ratas não afetou os níveis plasmáticos de corticosterona e o peso relativo das glândulas adrenais maternos, mas inibiu de maneira importante o ganho de peso corporal e incrementou as concentrações de prolactina e ocitocina maternos. Além disso, o desenvolvimento da gestação resultou em abortos e complicações no parto espontâneo e afetou o desenvolvimento do sistema nervoso fetal resultando no incremento da concentração de fator neurotrofico derivado do cérebro (BDNF) hipocampal, mas não da concentração de espécies reativas de oxigênio (ROS). Estes efeitos foram observados, de modo mais leve, no grupo controle plataforma, indicando que estes resultados refletem tanto os efeitos da falta de sono quanto os efeitos do ambiente do protocolo de privação de sono. Por outro lado, no pós-parto o peso corporal e o perfil hormonal materno se mostraram sem alterações; da mesma maneira o desempenho do comportamento materno e a preferencia olfatória dos filhotes pelo odor da mãe não foram afetados. Concluímos que a falta de sono no final da gravidez afeta dramaticamente os processos fisiológicos relacionados ao metabolismo ao ganho de peso corporal e os sistemas da prolactina e ocitocina maternos, assim como o desenvolvimento e sucesso da gravidez, que afetam o desenvolvimento do hipocampo fetal. Entanto, no pós-parto, a privação de sono paradoxal, não afetou o desempenho do cuidado materno nem o aprendizado olfatório dos filhotes ao odor da mãe, indicando que a relação mãe-filhote não foi alterada. |