Bactéria associada à esponja marinha como fonte de metabólitos bioativos : atividade antibiofilme e antimicrobiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Trentin, Danielle da Silva
Orientador(a): Macedo, Alexandre José
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/194102
Resumo: Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças infecciosas causam 25 % das mortes em todo o mundo e 45 % nos países menos desenvolvidos. A formação de biofilmes bacterianos possui um papel importante na patogênese, sendo causa comum de infecções persistentes. Uma vez estabelecido o biofilme, as opções terapêuticas tornam-se limitadas devido à difícil perfusão de agentes antimicrobianos no biofilme, e ao estado de latência de algumas células bacterianas que não são atingidas pelos antimicrobianos e permanecem como um foco de re-infecção. A busca de princípios ativos a partir de microrganismos é uma das áreas em que mais se investe nos países desenvolvidos, principalmente nas pesquisas de bioprospecção realizadas pelas indústrias farmacêuticas. Este trabalho objetivou obter metabólitos com atividades biológicas, especialmente atividade antibiofilme e antimicrobiana, provenientes de bactérias associadas a esponjas marinhas. Foram coletadas 39 esponjas marinhas das quais se isolaram 160 bactérias associadas. Lotes de 21 bactérias foram selecionados para a fase de cultivo e produção de metabólitos. Basicamente utilizou-se o método do cristal violeta e microscopia eletrônica de varredura (MEV) para avaliar a atividade antibiofilme e a atividade antimicrobiana foi avaliada pelo método dos cilindros e pelo monitoramento do crescimento bacteriano através da densidade óptica. O filtrado 224 produzido por um cocobacilo associado à esponja Darwinella sp. foi capaz de inibir em 88,3 ± 9,6 % (p<0.001) e 30,3 ± 14,4 % (p<0.05) a formação de biofilme de Staphylococcus epidermidis ATCC35984 e de Pseudomonas aeruginosa ATCC27853, respectivamente, sem apresentar atividade antimicrobiana a estes microrganismos Imagens de MEV confirmam a atividade antibiofilme e mostram a ausência de matriz protetora nos biofilmes tratados, indicando que o filtrado atua impedindo a produção da matriz exopolissacarídica. Frente a treze S. epidermidis isolados de cateter venoso central em 2008 no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, dez amostras apresentaram redução na formação de biofilme (p<0.05). Adicionalmente, uma fração obtida a partir do filtrado 224 apresentou atividade antimicrobiana contra Chromobacterium violaceum DSM 30191. Análises de HPLC MS-MS e infravermelho indicam a presença do ácido pimélico na amostra. Experimentos visando avaliar se o ácido pimélico é realmente o composto responsável pela atividade antimicrobiana contra C. violaceum estão sendo elaborados. A atividade antibiofilme encontrada pelo filtrado 224 representa um exemplo do conceito mais inovador de terapia antimicrobiana – as moléculas antivirulência – e poderá contribuir no tratamento de infecções relacionadas com a formação de biofilmes, principalmente as que envolvem o uso de biomateriais.