Narradores do neoliberalismo brasileiro : João Gilberto Noll e Luis Ruffato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Prusch, Vinicius de Oliveira
Orientador(a): Leite, Carlos Augusto Bonifácio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271995
Resumo: Este estudo está interessado nas relações entre o contexto social do neoliberalismo no Brasil e as formas literárias produzidas nesse período. Foram selecionados dois romances sui generis, além de alguns microcontos, todas formas que pareceram formular de maneira interessante e produtiva as questões do seu tempo. Começa-se destrinchando o que pode ser entendido por neoliberalismo, incluindo-se uma contextualização da era neoliberal no interior da pós-modernidade, uma discussão a respeito da estética pós-moderna e um aprofundamento no contexto brasileiro. Depois disso, parte-se para as análises: primeiro, do romance Harmada, de João Gilberto Noll, em segundo lugar, de alguns microcontos do mesmo autor presentes no livro Mínimos, Múltiplos, Comuns, e, por fim, do romance Inferno Provisório, de Luis Ruffato. No caso de Harmada, apontou-se para uma mistura entre pós-modernismo e modernismo, distopia e utopia, sendo seu transbordamento para o surreal lido como uma marca de irresolução característica de um tempo em que coexistem o caos neoliberal e uma esquerda forte. No caso de Mínimos, Múltiplos, Comuns, encontrou-se algo similar: universos que giram em falso com alguma positividade, mas, nesse caso, a positividade limita-se a um gozo desesperado, interpretado como uma formulação dos anos FHC, menos caóticos, mas com um neoliberalismo que parece ter chegado para ficar. No caso de Inferno Provisório, descobriu-se um narrador cambaleante, que tenta continuamente dar conta dos sujeitos que narra, precisando constantemente reavaliar sua posição e seu ângulo narrativo. Isso foi analisado como condizente à era lulista, que tem em seu centro o subproletariado, fração de classe que carrega consigo desafios bastante específicos.