Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Schröpel, Daiana |
Orientador(a): |
Santos, Maria Ivone dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/217764
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Resumo: |
A presente tese se constitui como práxis artística e como reflexão acerca dos processos de representação e de apresentação que instauram o Instituto Allotria de Análises e Intervenções Antrópicas Investigativas (IAAIAI). Trata-se de uma instituição científica ficcional apresentada por intermédio de formas documentais e informativas. Ilustração descritiva, ficha de registro, cartografia, comunicação, folheto, questionário, documentário, mostra rememorativa e postal constituem veículos mediante os quais são comunicadas investigações realizadas por pesquisadoras heterônimas vinculadas aos diferentes segmentos estruturais que compõem o IAAIAI. Por intermédio da construção desse corpo poético e da análise dos procedimentos que o instauram – postos em interlocução com práticas artísticas e teóricas referenciais –, formula-se o entendimento de que formas documentais produzem realidades ficcionais que operam como projeções especulativas sobre o presente e sobre o passado. Investiga-se, nesse sentido, de que modo regimes de representação instaurados mediante recursos demonstrativos, informativos, enunciativos, indiciais e protocolares produzem realidades na interface entre fato e ficção. Tal problemática corresponde às três instâncias estruturais desta tese: imaginação, representação e ficcionalização. Tais regimes se inscrevem como pressupostos prospectivos na interface entre arte e ciência: (1) a imaginação opera sobre objetos, memórias, vivências e percepções, significando-os por meio da narração; (2) a representação da realidade se constitui no interior de práticas da visão, social e culturalmente disseminadas, que elaboram regimes do visível inscritos sob formatos documentais por meio do emprego de convenções formais e discursivas; (3) formas documentais empregadas como recursos narrativos instauram fatos e elaboram realidades tanto atuais quanto ficcionais. Por meio da apropriação, do deslocamento e da recontextualização de uma profusão de referências que remontam ao imaginário científico em sentido amplo, elaboram-se ficções de caráter especulativo e contrafactual. Esses construtos – inscritos na interface entre impulso enciclopédico, arquivístico e literário – são elaborados na articulação entre mimese e convenção. Recursos documentais, formas autorais, contextos espaciais e históricos, linguagem e discurso científico são assim ficcionalizados. Tais estratégias situam o corpo poético em questão entre os regimes do documento e da fabulação. Ao elaborarem efeitos-verdade que atuam como vetores de imersão ficcional, elas tensionam o paradigma documental. Em sua dimensão interdisciplinar, o projeto poético simula o formato de um sistema não artístico e elabora cenários alternos para a realidade atual por meio da potencialidade prospectiva da arte, colocando-a em evidência. Em sua condição artefatual, como contraparte da realidade, o IAAIAI se apresenta como uma instância especulativa autolegitimadora e tece comentários sobre a natureza construtiva daquilo que se compreende como fatual. Formas documentais podem, desse modo, ser compreendidas como recursos que intermediam a relação entre realidade e ficção. |