Análise da interface entre a atenção básica e a especializada na rede de saúde bucal do Sistema Único de Saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Jahnke, Maiara Mundstock
Orientador(a): Hugo, Fernando Neves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/157451
Resumo: Os sistemas de saúde são respostas a demandas das sociedades, devendo ser articulados pelas necessidades de saúde. A Saúde Bucal está inserida no programa de Saúde da Família desde o ano 2000, porém foi em 2004, com o lançamento da Política Nacional de Saúde Bucal, que ocorreu uma reorganização dos serviços em todos os níveis de atenção, com ampliação e qualificação da Atenção Básica e implantação da Atenção Especializada. Considerando que houve uma forte expansão no acesso aos serviços de saúde bucal, é de fundamental importância estudar a relação presente entre estes dois serviços. Os objetivos deste estudo foram verificar a prevalência da presença de interface entre a Atenção Básica (AB) e os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) no Brasil, de acordo o Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade, e avaliar se esta interface está relacionada à características do contexto municipal e variáveis dos serviços. Trata-se de um estudo multinível de abrangência nacional, do qual participaram os 927 CEO. A avaliação externa foi realizada em 2014 com um instrumento padronizado. O estudo contou com duas variáveis dependentes que refletiam a existência de interface entre AB e CEO - interface mínima e interface abrangente, com presença de protocolos, referência e contrarreferência. Os aspectos sociodemográficos incluíram as macrorregião, IDH-M e cobertura municipal de ESB. As variáveis do serviço envolveram planejamento, acesso e matriciamento. Foram realizadas análises das frequências absolutas e relativas, regressão de Poisson Multinível para obtenção das razões de prevalências brutas e ajustadas com intervalos de confiança de 95% e nível de significância de 5%, com o software Stata 11. A modelagem utilizada foi hierárquica em dois estágios. Para análise de ajuste dos modelos foram utilizados os parâmetros deviance, AIC e BIC. 52,53% (IC 95% 49,31-55,75) dos CEO apresentavam a interface mínima e 34,51% (IC 95% 31,45- 37,58) interface abrangente. Na análise ajustada em ambos os desfechos, as regiões Sul e Sudeste apresentaram maior prevalência do desfecho que a região Norte e o mesmo ocorreu para a faixa de IDH mais elevado. As equipes que realizaram planejamento nos últimos 12 meses tiveram uma probabilidade 60% maior de apresentar uma interface mínima, sendo que o matriciamento aumentou essa probabilidade em 30% e o acesso exclusivamente agendado em 31%. Estes resultados se assemelham na interface abrangente. A relação entre a AB e os CEO traduzida na interface implica na produção de cuidados mais equânimes, integrais, eficientes e efetivos, o que está de acordo com os princípios do SUS. Com os achados deste estudo, ficam evidenciadas as desigualdades existentes entre os serviços de saúde, demonstrando que ainda há muito o que investir na qualificação da gestão e formação destes serviços. Apesar de a Rede de Atenção à Saúde Bucal estar melhor estruturada ainda há muito o que avançar.