Neurotoxicose por ingestão de Trema micrantha em equinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lorenzett, Marina Paula
Orientador(a): Driemeier, David
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254880
Resumo: Trema micrantha, uma árvore amplamente distribuída no continente Americano, produz folhas altamente palatáveis que têm sido relacionadas a intoxicações naturais e/ou experimentais em caprinos, equídeos, coelhos, ovinos e bovinos, com desenvolvimento de necrose hepática e alterações neurológicas por encefalopatia hepática. Casos de intoxicação espontânea em ovinos indicaram quadro clínico e patológico respiratório na maioria dos casos. Esse trabalho descreve malacia e hemorragia no sistema nervoso central em equinos desencadeado pelo consumo de Trema micrantha, em que as lesões hepáticas foram mínimas a ausentes, e as principias lesões eram restritas ao sistema nervoso central. Quatorze equinos apresentaram sinais neurológicos de ataxia, sialorreia intensa, movimentos de pedalagem, decúbito esternal com evolução para lateral e morte em um curso clínico que variou de 24h a nove dias. Previamente ao início dos sinais clínicos, todos os equinos haviam consumido espontaneamente, doses potencialmente tóxicas de folhas de T. micrantha. Todos os 14 cérebros apresentaram coloração amarelada difusa afetando o rombencéfalo, mesencéfalo, diencéfalo, telencéfalo e corpo estriado. Em todos os casos, as lesões mais graves foram observadas na região de ponte. Lesões na medula espinhal foram obervadas afetando a intumescência lombar, que apresentava-se edemaciada com áreas enegrecidas e deprimidas nos cornos dorsais e ventrais, e na região sacral, a superfície de corte exibia material friável e amarelado acinzentado. As lesões observadas macroscopicamente no cérebro e na medula espinhal consistiram microscopicamente em vasculite severa e necrose liquefativa da substância branca e cinzenta do tronco encefálico, cerebelo e medula espinhal. Estes resultados indicam que a intoxicação por essa planta deve ser considerada no diagnóstico diferencial em casos de doença do sistema nervoso central de equinos.