O gerenciamento de categorias de pertencimento no trabalho de avaliação pedagógica na fala-em-interação de sala de aula de EJA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Kniphoff, Ana Maria
Orientador(a): Garcez, Pedro de Moraes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/39435
Resumo: Esta pesquisa investiga como os participantes da fala-em-interação de uma sala de aula de Educação de Jovens e Adultos (EJA) se orientam sequencialmente para o gerenciamento de categorias de pertencimento institucionais (professor, aluno) assim como para outras categorias emergentes na realização do trabalho de avaliação pedagógica coletiva. O exame sustenta-se na perspectiva dos estudos da Análise da Conversa e da Etnometodologia e busca analisar e articular o entendimento de como os participantes demonstram uns aos outros suas orientações no que tange aos dispositivos de categorização de pertencimento na produção e manutenção sequencial e local da realidade social do evento. Os dados consistem em 50 minutos de registros audiovisuais gerados no início do ano letivo de 2009 em uma turma do quinto ciclo de ensino da Educação de Jovens e Adultos de uma escola municipal de Porto Alegre, os quais foram segmentados, posteriormente transcritos e submetidos à análise sequencial. O tratamento procedimental interpretativo dado aos segmentos sob análise revela a orientação dos participantes na tentativa de restaurar a normalidade dos cursos de ação, de acordo com as suas expectativas, informadas pelo conhecimento de senso comum e demonstradas situadamente no que se refere aos direitos e obrigações moralmente aceitáveis ligados às categorias onirrelevantes no evento (professor e aluno). Diante do entendimento partilhado e situado de que avaliar consiste em atribuir uma nota e de que esta ação está ligada às obrigações da categoria de professor, os participantes resistem à implementação da ação de avaliar formalmente, destacando as obrigações dos participantes e desenvolvendo sequências de responsabilização. Por fim, este trabalho posiciona-se diante da divergência metodológica de Análise de Categorização de Pertencimento (MCA), apontando para o caráter sequencial, local, ordenado, emergente, intersubjetivo e dinâmico do trabalho de categorização, e propondo uma distinção entre projeção de um item categorial e trabalho de categorização. Além disso, aponta para o caráter potencialmente conflituoso e delicado da ação de avaliar sendo implementada por outros participantes que não o professor, mas ao mesmo tempo para a relevância da atividade de avaliação pedagógica coletiva, na medida em que, se tratando de uma atividade que abarca o gerenciamento de categorias relacionadas ao saber, ao conhecimento, e à experiência, se repete em outras esferas de atuação social e se reflete nas decisões práticas dos cidadãos na sociedade.