Comportamento materno e temperamento de ovinos naturalizados do Pantanal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Porciuncula, Gabriela Caillava da
Orientador(a): Fischer, Vivian
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196129
Resumo: A conservação de animais domésticos naturalizados é ponto estratégico para a ovinocultura brasileira. Rebanhos de ovinos adaptados a ambientes extremos, como o Pantanal, representam um boa fonte de recurso genético para melhor adaptação ao clima e à vegetação alagada. Este estudo teve o objetivo de descrever o comportamento materno-filial e o temperamento de ovinos naturalizados do Pantanal, bem como correlacionar essas características com o escore de comportamento materno (ECM) e características produtivas dos cordeiros até o desmame. O estudo foi realizado na fazenda experimental da Embrapa Gado de Corte, no município de Terenos – MS, Brasil. Foram utilizadas 164 ovelhas no ano 1 e 124 ovelhas no ano 2, com idade média de 3,5±1,5 anos e peso corporal médio de 41,3±8,1 kg, mantidas em pastagem de Brachiaria brizantha cv. BRS Paiaguás. Os atributos considerados no comportamento da ovelha e de sua prole no momento do parto foram: permanência da ovelha parturiente com o rebanho, agitação da ovelha durante o parto, cuidados com o(s) cordeiro(s), facilitação da mamada, tipo de parto, tempos de latência do(s) cordeiro(s) para ficar de pé e para mamar, vocalização da ovelha e do cordeiro, sexo do(s) cordeiro(s), peso ao nascimento, ECM, além dos dados meteorológicos. Na estação de monta e após o desmame o temperamento das ovelhas foi avaliado através de dois testes: teste de arena e distância de aproximação. Os dados foram submetidos à análise descritiva e análise de fatores principais (FP). Os dados relativos ao ECM, peso ao desmame e ganho médio diário foram correlacionados com os valores do escore dos FP. A maioria das ovelhas não se afastou do rebanho, mostraram baixo grau de agitação ou inquietação, além de pouca frequência de vocalização antes do parto. Ovelhas que não se afastaram do rebanho, apresentaram-se mais rápidas para vocalizar e cuidar do cordeiro. Não houve diferença entre a raça dos cordeiros para as latências da primeira reação e levantar, no entanto cordeiros filhos de pais pantaneiros foram mais pesados ao nascimento, mais rápidos para procurar o úbere, obterem sucesso na primeira mamada do que cordeiros filhos de pais Santa Inês ou Morada Nova. No Teste de Arena, houve associação positiva entre a movimentação das ovelhas e as vocalizações de alta intensidade durante as etapas de isolamento social e na presença humana. Nas duas épocas de avaliação, cinco fatores principais (FP) foram significativos (autovalores >1). As variáveis originais com maior carga fatorial para o FP1 foram as vocalizações de alta intensidade; para o FP2 a movimentação; para o FP3 a exploração do ambiente; para o FP4 as dejeções totais no isolamento e para o FP5 a distância de fuga. As características comportamentais avaliadas ao parto e o temperamento avaliado no teste de arena não se correlacionaram com o Escore do Comportamento Materno. Concluímos que as ovelhas pantaneiras mostraram boa habilidade materna medida pelo ECM, cuidando dos cordeiros e facilitando a ingestão de colostro. No teste de arena a característica mais importante para avaliar o medo das ovelhas pantaneiras foram as vocalizações de alta intensidade. O ECM não é uma ferramenta eficiente para avaliar a habilidade materna de ovelhas naturalizadas do Pantanal, visto que não se correlacionou com nenhuma característica ao parto e no teste de arena.