Consumo de vídeo entre jovens : um estudo qualitativo em dois municípios do Norte e Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Miranda, Fernanda Chocron
Orientador(a): Jacks, Nilda Aparecida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196734
Resumo: Esta tese de doutorado apresenta um estudo das práticas de consumo de vídeos realizadas por jovens (18 a 24 anos) que residem em áreas rurais do interior do Brasil, especificamente nos municípios de Cametá, no estado do Pará (PA), e de Tavares, no estado do Rio Grande do Sul (RS), localizados respectivamente nas regiões Norte e Sul do país. No decorrer dessa experiência da pesquisa, foi desenvolvida uma proposta teórico-conceitual baseada no conceito de fluxos interacionais, que entendemos como conexões pluridimensionais estabelecidas pelas audiências a partir de interações comunicativas (FRANÇA & SIMÕES, 2016) durante a assistência de vídeos oriundos de diversas plataformas de conteúdo para além da televisão, estas online ou offline e acessíveis via dispositivos variados, em diferentes lugares e horários do dia. Nós articulamos os dados empíricos construídos em pesquisa de campo nos dois municípios citados com aportes teóricos diversos (WILLIAMS, 2016; JENSEN, 1995, 2010; MORLEY & SILVERSTONE, 1990; SILVERSTONE, 1994; CARLON, 2014; COURTOIS, 2012; FECHINE, 2013, 2014; OROZCO GÓMEZ, 2010, 2011, 2014a, 2014b, 2014c; SCOLARI, 2014a, 2014b; MILLER, 2001, 2007; GARCÍA-CANCLINI, 2008a, 2008b, 2013) no intuito de compreender como os 21 participantes da pesquisa combinam as oito dimensões constitutivas dos fluxos interacionais (tela, tipo de audiência, horário, local, conteúdo, fonte de conteúdo, forma de seleção de conteúdo e regime de assistência) para viabilizar suas situações de assistência. Essa proposta orientou a montagem de um desenho metodológico híbrido, que permitiu o mapeamento de dados sobre um fenômeno cada vez mais disperso em tempo e espaço, que é o consumo de vídeos. Assim, desenvolvemos estratégia metodológica baseada na associação do estudo de diários com entrevistas semiestruturadas individuais. O material do estudo de diários – criado exclusivamente para a tese –, consiste em um conjunto de cartões que foi preenchido pelos participantes durante 10 dias. Após o preenchimento do diário, os jovens foram entrevistados, relatando e analisando as situações de consumo registradas nos cartões. Os resultados obtidos apontaram para existência de sete fluxos interacionais: (i) conteúdo favorito; (ii) notícias à mesa; (iii) relaxando em casa; (iv) companhia pela manhã; (v) ficção no tempo livre; (vi) zapping nas redes sociais; (vii) aprendendo com vídeo. Esses fluxos evidenciaram que o consumo de vídeos no atual cenário de convergência midiática (JENKINS, 2001; 2009; TERLUTTER & MOICK, 2013; KAZAKOVA & CAUBERGHE, 2013; AQUINO, 2012) demanda cada vez mais competências dos sujeitos (SCOLARI, 2018; LIVINGSTONE, 2002) com repertórios de mídia diversificados (HASEBRINK & HÖLIG, 2013), que vão além dos acumulados a partir das interações com o televisivo (OROZCO GÓMEZ, 2011). É a partir dessas competências, articuladas com seus contextos imediatos (individual, microssocial e macrossocial), que os participantes estabelecem distintos níveis de uso de mídia com diversos conteúdos e plataformas e delineiam seus fluxos interacionais para o consumo de vídeos.