Relação dos polimorfismos ASP299GLY e THR399ILE do gene TLR4 com a susceptibilidade ao lúpus eritematoso sistêmico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Beltrame, Brenda Pedron
Orientador(a): Chies, Jose Artur Bogo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254221
Resumo: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica cuja etiologia consiste na hiper-reatividade de linfócitos T, linfócitos B e células apresentadoras de antígeno, resultando em perda de tolerância aos autoantígenos e geração de autoanticorpos contra antígenos citoplasmáticos e nucleares. O aumento da apoptose contribui para o processo inflamatório, gerando fragmentos celulares que se depositam nos tecidos na forma de imunocomplexos e contribuem para a inflamação. A patogênese do LES decorre de fatores genéticos, ambientais e hormonais. Dentre as diversas variantes genéticas associadas ao LES, destacam-se os polimorfismos da família de genes do receptor toll-like (TLR). Os genes dos TLRs codificam receptores expressos por células do sistema imune inato que são ativados após o reconhecimento de padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs). A interação de TLRs com PAMPs, principalmente lipopolissacarídeos (LPS), ativa cascatas de sinalização que resultam na síntese de citocinas pró-inflamatórias e maturação de células apresentadoras de antígenos. O TLR4 também reconhece padrões moleculares associados a danos (DAMPs), que consistem em autoantígenos nucleares e fragmentos de matriz extracelular cuja interação com o TLR4 resulta na produção de citocinas pró-inflamatórias. A interação do TLR4 com PAMPs e DAMPs pode ser prejudicada pela presença de alterações na estrutura do receptor, como as mutações de troca de aminoácidos Asp299Gly e Thr399Ile. Portanto, o objetivo deste estudo é avaliar a possível relação entre os polimorfismos Asp299Gly e Thr399Ile com a suscetibilidade ao lúpus eritematoso sistêmico. Para estudo do polimorfismo Asp299Gly foram incluídas 60 amostras no grupo controle e 82 amostras no grupo de indivíduos afetados pelo LES. As frequências genotípicas calculadas para Asp299Gly entre pacientes com LES foram 0,90 para os homozigotos do tipo selvagem e 0,10 para os genótipos heterozigotos. Entre os controles, as frequências são 0,94 e 0,06 respectivamente para homozigotos do tipo selvagem e heterozigotos. Não foram observados homozigotos para o polimorfismo em ambos os grupos. O número de amostras avaliadas para o polimorfismo Thr399Ile foi 40 para o grupo controle e 40 amostras também para o grupo LES. As frequências genotípicas para Thr399Ile entre os pacientes com LES foram 0,92 para o homozigoto selvagem e 0,08 para o heterozigoto. No grupo controle foi encontrada frequência genotípica de 0,9 para homozigotos do tipo selvagem e 0,1 para heterozigotos. Nenhum homozigoto para a variante foi encontrado. A análise estatística não indicou diferença significativa nas frequências alélicas e genotípicas de TLR4 Asp299Gly e Thr399Ile entre pacientes e controles. Esses achados sugerem que as variantes Asp299Gly e Thr399Ile não são fatores de risco para LES em pacientes brasileiros.