Efeitos da taurina em modelos pré-clinicos de esquizofrenia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Giongo, Franciele Kich
Orientador(a): Herrmann, Ana Paula
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/247121
Resumo: Os avanços significativos conquistados nas últimas décadas no entendimento da neurobiologia de transtornos mentais, como a esquizofrenia, infelizmente não resultaram em tratamentos mais eficazes para os pacientes acometidos por tais condições. Antagonistas de receptores glutamatérgicos do tipo NMDA induzem um estado psicótico em indivíduos saudáveis semelhante à psicose observada na esquizofrenia, além de serem amplamente utilizados para induzir sintomas psicóticos em modelos pré-clínicos da doença. A taurina é um aminoácido com ação neuromoduladora inibitória do sistema nervoso central, neuroprotetora e antioxidante. Nesse trabalho investigamos o potencial da taurina em prevenir os déficits induzidos por administração aguda de MK-801 (dizocilpina), um antagonista NMDA, em ensaios comportamentais relacionados à esquizofrenia em camundongos C57BL/6 e peixes zebra. Nos experimentos em roedores, os animais foram injetados intraperitonealmente (i.p.) com solução salina ou taurina (50, 100 e 200 mg/kg), e 30 minutos depois receberam outra injeção i.p. de solução salina ou MK-801 (0,15 mg/kg). Os testes comportamentais de inibição por pré-pulso da resposta de sobressalto e interação social foram realizados 30 minutos após a última injeção, enquanto a atividade locomotora foi avaliada continuamente desde a primeira injeção, finalizando 60 minutos após a última. Já no caso de peixes-zebra, os animais foram colocados em um béquer contendo 200 mL de água ou taurina (42, 150 ou 400 mg/L) durante 20 minutos, sendo subsequentemente expostos a água ou MK-801 (5 μM) durante mais 20 minutos. O teste de interação social foi realizado imediatamente após o término da última exposição. Como esperado, a administração de MK-801 causou hiperlocomoção e déficit de inibição por pré-pulso em camundongos, enquanto em peixes-zebra induziu hiperlocomoção e déficit de interação social. Curiosamente, camundongos tratados com MK-801 passaram mais tempo interagindo com os animais estímulo; taurina na dose de 50 mg/kg teve o mesmo efeito, o que pode estar relacionado aos seus efeitos ansiolíticos já documentados. Em nenhuma das espécies foram observados efeitos preventivos da taurina sobre as alterações comportamentais induzidas agudamente por MK-801, contrariando evidências prévias da literatura. Evidências recentes têm fomentado a ideia de que o curso da esquizofrenia pode ser modificado por estratégias de intervenção iniciadas precocemente, antes do primeiro surto psicótico e do estabelecimento do transtorno em sua forma plena. Deste modo, é uma perspectiva desse trabalho avaliar o tratamento precoce e contínuo com taurina em um modelo desenvolvimental de esquizofrenia para melhor elucidar o potencial preventivo dessa molécula.