Ágata do distrito mineiro de Salto do Jacuí (Rio Grande do Sul, Brasil) : uma caracterização com base em técnicas estratigráficas, petrográficas, geoquímicas e isotópicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Michelin, Cassiana Roberta Lizzoni
Orientador(a): Mizusaki, Ana Maria Pimentel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/108376
Resumo: O Distrito Mineiro de Salto do Jacuí (DMSJ) compreende a maior jazida de ágata em geodos do RS. O DMSJ está inserido na Supersequência Gondwana III (da Bacia do Paraná) onde são posicionadas a rochas vulcânicas da Formação Serra Geral (Cretáceo) e os arenitos da Formação Botucatu (Jurássico). Observa-se ainda a interação entre as lavas e os sedimentos (intertraps arenosos) formando feições como diques de arenito, fraturas e geodos preenchidos por sedimentos além de diversos tipos de brechas, sempre associados com a mineralização de ágata. Ideias que abrangem desde uma origem magmática a altas temperaturas como também uma possível formação a temperaturas mais baixas tem sido apresentadas, mas até o momento não há um consenso sobre a gênese deste mineral. Neste trabalho são aplicadas técnicas estratigráficas, químicas e isotópicas na análise da mineralização de ágata com objetivo de caracterizar e propor um modelo para a sua formação. As rochas vulcânicas, as sedimentares e amostras de ágata foram analisadas por técnicas petrográficas, por difratometria de raios X (DRX), por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e análises químicas (em amostras de rocha total) e isotópicas (relações isotópicas do Sr, Nd, Nd e O). Em relação às rochas vulcânicas ficou caracterizada a presença de derrames de basalto e de dacito. Os arenitos dos intertraps são semelhantes ao arenito Botucatu. No entanto, localmente, foi descrita uma fácies mais fina, argilosa e micácea interpretada como possível ambiente do tipo interduna. A ágata tem diferentes características petrográficas, químicas e isotópicas o que mostra a complexidade dos processos envolvidos na sua gênese. O modelo de formação da ágata destaca a formação de um fluido silicoso a partir da lixiviação da sílica da matriz vítrea dos dacitos por águas meteóricas. A solução saturada em sílica gerada migra através do sistema permo-poroso onde predominam as fraturas e microfraturas. Esta solução ao encontrar um espaço maior, os geodos, precipita observando a sequência: opala – calcedônia – ágata – quartzo macrocristalino. Como a ágata normalmente é encontrada nas proximidades dos geodos com sedimentos (interduna??) e também por evidências isotópicas, pode-se supor que no modelo proposto, secundariamente houve influência de água/nível freático associada com a facies fina do intertrap. Assim, com base em diferentes técnicas analíticas foi possível propor um modelo genético de baixa temperatura para a mineralização de ágata do DMSJ.