Detecção de mudanças e proposta metodológica para delimitação de zona de amortecimento no Parque Estadual do Rio Canoas- SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lopes, Manoela Sacchis
Orientador(a): Saldanha, Dejanira Luderitz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202382
Resumo: O Parque Estadual Rio Canoas é o maior remanescente da Floresta Ombrófila Mista com presença de Araucaria angustifolia em torno da barragem da Usina Hidrelétrica de Campos Novos, na região sul do Brasil. O Parque é uma unidade de conservação do tipo proteção integral, sendo de grande relevância ambiental por estar inserido na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. A tese propôs como objetivo geral analisar o Parque Estadual do Rio Canoas quanto à detecção de mudanças de uso e cobertura da terra a partir de sua criação, cumprimento das disposições da legislação ambiental e proposta de metodologia para delimitação de Zona de Amortecimento com base em critérios ambientais. A primeira etapa analisada foi a detecção de mudanças do uso e cobertura da terra comparando antes e depois da criação do Parque, no período de 1990 a 2004 e 2004 a 2016, por meio da técnica de Análise por Componentes Principais aplicadas em imagens Landsat 8, sensor TM e OLI. De maneira geral, verificou-se que após a criação do Parque Estadual Rio Canoas, algumas modificações foram feitas em seu uso e cobertura da terra, como a limpeza de áreas maiores com plantações de Pinus sp., a fim de facilitar a regeneração de espécies nativas e foram criados projetos para controlar a expansão das espécies exóticas. Com base na identificação dessas áreas, visando melhor acurácia da classificação das regiões com florestas nativas e espécies exóticas no entorno do Parque, a segunda etapa procedeu-se com a utilização da técnica da classificação orientada a objetos por meio da Lógica Fuzzy. A classificação orientada a objetos com algoritmo Multiresolution Segmentation associada a técnica de Lógica Fuzzy foi eficiente para identificação de áreas de reflorestamento com espécies exóticas de forma automática em imagem SPOT6, sensor NAOMI, sem edição manual. Constatou-se que a utilização das Componentes Principais associadas a Banda do Vermelho por meio de razão simples da média dos níveis digitais de ambas foi extremamente eficaz. As análises realizadas do entorno subsidiaram a terceira etapa que foi a elaboração da proposta metodológica para criação de uma Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Rio Canoas com base em critérios ambientais, visando a manutenção da biodiversidade. Associado a isso foi possível verificar que existem poucos trabalhos com metodologias eficazes de delimitação da Zona de Amortecimento baseada em estudos ambientais de todo o entorno, não apenas em análises socioeconômicas ou simples buffers sem análises de vulnerabilidades ambientais. A proposta metodológica para delimitação da Zona de Amortecimento surgiu como meio de subsidiar a criação dessas áreas com base em variáveis ambientais específicas da unidade com auxílio de sensoriamento remoto, técnicas em geoprocessamento e produtos temáticos de fácil acesso ao gestor ambiental. A análise da vulnerabilidade natural à erosão possuiu o intuito de ser subsídio à delimitação da Zona de Amortecimento juntamente com o estudo das áreas especiais. Foi de extrema importância a inclusão dessas áreas especiais, as quais permitiram identificar as áreas de preservação permanente da região, áreas de risco, áreas de expansão urbana, focos de incêndios recorrentes, existência de outras unidades de conservação que possam servir como corredores ecológicos, terras indígenas, sítios geológicos, geoparques e corredores ecológicos já consolidados. A delimitação da Zona de Amortecimento resultou em uma área total de aproximadamente 37.888 ha. Além disso, evidenciou-se a importância da gestão ambiental no interior do Parque Estadual do Rio Canoas e Zona de Amortecimento, principalmente no quesito mais preocupante que é a invasão por espécies exóticas. Destaca-se a importância do sensoriamento remoto aliado às técnicas de processamento digitais de imagens e geoprocessamento para a análise ambiental. As metodologias utilizadas podem ser aplicadas em distintas áreas de estudo, salientando que as variáveis temáticas também são de fácil acesso para os gestores ambientais e permitem o monitoramento do interior das unidades de conservação e suas Zonas de Amortecimento, podendo assim subsidiar estratégias de preservação fundamentadas e espacializadas de forma mais eficaz.