A pedagogia da autoridade a serviço da liberdade : (ou) escrituras do óbvio por ensaios convocativos à defesa política da autoridade e da educação para a liberdade : diálogos com Paulo Freire e professores em formação : superações teóricas e paradoxos do cotidiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Ghiggi, Gomercindo
Orientador(a): Andreola, Balduino Antônio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/262207
Resumo: Este texto discute a pedagogia da autoridade a serviço da liberdade, dialogando com Freire, professores em formação, a minha própria história e pensadores diversos. A baliza metodológica é o diálogo, como direção cientifica e política. Tomando como central a obra de Freire, o texto apresenta fragmentos de minha história de vida, destacando relações entre autoridade e liberdade; sustenta justificativas que refutam atitudes autoritárias analisando os absurdos sofrimentos/silêncios humanos; advoga que a autoridade institui-se pelo trabalho solidário, formação permanente e capacidade de desvelamento de regimes conceituais instituídos; sistematiza reflexões acerca de referências teóricas que auxiliam na compreensão das descobertas de Freire e dos movimentos que identifiquei no cotidiano do trabalho formativo, presentes no exercício docente; e traz a teoria freireana em particular diálogo com professoras-alunas do Curso de Pedagogia/PFPL para apoiar a compreensão do problema aqui exposto. Dos professores e professoras com quem dialoguei durante a investigação, especialmente alunas/docentes do PFPL, concluo que a assunção à condição de autoridade torna se imperativa tendo por solo a base social que enraíza-se em produção simbólico material qualificada aos que detêm estrutura e instrumentos de formação que lhes garantem competências e vantagens adicionais, o que, por dever de coerência, justifica a formação para a geração de condições de possibilidades visando mudanças da ordem estabelecida. As professoras sentem-se seguras sem autoritarismos e licenciosidades quando, admitindo ignorância, aceitam processos de formação desafiadas por outras autoridades, a partir do que passaram a sentir-se autorizadas à tarefa da formação para a vida social que garanta humanidade às pessoas para criar o mundo. Desafiadas pelo diálogo, as professoras tornam curricular a cultura dos alunos, gerando alternativas à violência pela negação à negação da cultura de Origem dos envolvidos, tirando da clandestinidade impulsos reprimidos. As professoras falam dos programas de formação que, somados aos processos de pesquisa-formação, transformaram-se em instrumentos conceituais de análise da prática; não se deixam enganar pelo banalizante jogo de linguagem e assumem-se autoridade que ajudam a "simbolizar o mundo das crianças". Para situar historicamente descobertas anunciadas, retomo rastos que auxiliam no desvelamento do cotidiano escolar, porque falam de práticas conceituadas. Das conclusões, ratifico hipóteses que orientaram esta pesquisa: autoridade é conceito com o qual Freira busca demarcação pedagógica, epistemológica, ética e política, com o que, em diálogos formativos códigos do capitalismo, quando ensina solidariedade e quando prestigio e domínio cultural amplo estão desautorizados à constituição da autoridade.