Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Kraemer, Fernanda Zanoto |
Orientador(a): |
Stein, Airton Tetelbom |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/194283
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Resumo: |
É alta a demanda de pessoas com situações não urgentes que procuram os serviços de urgência e emergência o que é considerado como uso inadequado de recursos. Mesmo assim, problemas psiquiátricos e qualidade de vida não são avaliados nessa população. Objetivo: Identificar a prevalência de sintomas depressivos e de transtorno psiquiátrico menor e a qualidade de vida em usuários classificados como pouco urgentes e não urgentes em um serviço de emergência. Método: Um estudo transversal foi realizado num amostra aleatória de 241 sujeitos em uma emergência no Sul do Brasil. Os critérios de inclusão foram: os pacientes classificados como pouco urgentes ou não urgentes pelo Protocolo de Classificação de Risco de Manchester e com mais de 18 anos. A variável transtorno psiquiátrico menor (TPM) foi avaliada por meio da escala Self-Reporting Questionnaire (SRQ); a depressão, por meio do Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D); e a qualidade de vida, por meio do Whoqol-Bref. As variáveis independentes foram sexo, idade, cor da pele, situação conjugal, condição econômica e local habitual de consulta. Realizou-se teste qui-quadrado de Pearson na análise bruta e regressão de Poisson com variância robusta na análise ajustada das variáveis dependentes sintomas de TPM e sintomas depressivos. Para a análise simples da qualidade de vida utilizou-se Teste t e Anova e para a ajustada, regressão linear Resultados: O sexo feminino foi predominante (61%). A faixa etária variou entre 18 e 87 anos, com média de 39 anos, e metade da amostra foi formada por adultos jovens até 33 anos. Houve predominância da situação conjugal atual sem parceiro (67,6%). A cor de pele branca foi referida por 69,7% dos entrevistados. Na avaliação da condição econômica encontrou-se renda familiar per capita de até R$ 500,00 para 48,3% dos sujeitos e renda familiar per capita acima de R$ 1.000,00 para 51,7% da amostra. A presença de cadastro em serviço de APS foi referida por 74% dos sujeitos, sendo a APS mencionada como local habitual de consulta por 45,5% dos entrevistados e a emergência referida por 47,3% deles. Constatou- se que 51% dos participantes apresentaram sintomas de TPM, e 47,7%, sintomas de depressão. A média de qualidade de vida foi de 58,29 (DP=18,22) para o domínio físico, 67,63 (DP=16,67) para o domínio psicológico, 71,71 (DP=16,24) para as relações sociais e média de 57,13 (DP=14,13) para o domínio meio ambiente. Os sintomas de TPM foram 1,38 vezes mais prevalentes no sexo feminino (RP 1,38, IC 95% 1,04-1,84) Os pacientes com sintomas depressivos apresentaram 2,73 vezes maior prevalência de TPM (RP 2,73, IC 95% 1,95-3,83). Na análise bivariada as mulheres apresentaram 1,45 vezes mais prevalência de sintomas depressivos (RP 1,45 IC 95% 1,08-1,93). A condição social com quintis mais baixos apresentou associação com menor qualidade de vida nos domínios psicológico, social e meio ambiente na análise bruta (p<0,05), no entanto perdeu a significância na análise ajustada. Conclusões: Existe a necessidade de desenvolver diretrizes nos SE para as mulheres que são consideradas como não urgentes, pois elas têm alta frequência de problema psiquiátricos, de depressão e baixa QV. Recomenda-se a implementação de diretrizes de rastreamento de problemas de saúde mental nessa população na chegada ao serviço de emergência, mesmo caracterizando-se como problemas não urgentes; a capacitação dos profissionais desse serviço visando maior atenção às questões de saúde mental; desenvolvimento de estratégias que objetivem a formação de vinculo entre o usuário e a APS; assim como um modelo assistencial integral com a participação de serviços de saúde mental. Mesmo o serviço de emergência não sendo um ambiente propício para a avaliação de saúde mental, devem estar preparados para rastrear os problemas de saúde mental em mulheres jovens e organizar o fluxo de atendimento utilizando a rede de atenção à saúde. |