Investigação de verminoses pulmonares associadas a doenças broncopulmonares em felinos domésticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silveira, Elissandra da
Orientador(a): Ferreiro, Laerte
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248489
Resumo: As doenças broncoalveolares associadas a verminoses pulmonares em gatos são citadas como comuns, porém são pouco diagnosticadas na rotina clínica. Aelurostrongylus abstrusus é um nematódeo, heteroxeno, que causa infecção broncopulmonar em gatos domésticos. Os parasitos adultos residem no interior dos bronquíolos, no parênquima pulmonar e nos alvéolos. Eucoleus aerophilus é um helminto pulmonar que pode ter tanto um ciclo de vida direto, como indireto. As fêmeas depositam os ovos nos pulmões, que são expelidos com a tosse, deglutidos e eliminados com as fezes. Em ambos a sintomatologia é semelhante, cursando com tosse de baixa intensidade, sibilos pulmonares graves e angústia respiratória. Dessa forma, a sintomatologia dessas verminoses é semelhante a da bronquite felina. O objetivo deste estudo foi determinar a ocorrência de verminoses pulmonares associadas a doenças broncopulmonares em gatos atendidos no Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS. Na metodologia, foi utilizado como ferramentas diagnósticas exame parasitológico de fezes (EPF) pelos métodos de Willis Mollay e Baermann, radiografia torácica, hemograma e lavado broncoalveolar (LBA). Foram incluídos 43 gatos sintomáticos e assintomáticos com alteração radiográfica compatível com doença broncoalveolar, dos quais 41% (18/43) foram positivos para A. abstrusus pelo método de Baermann. Os pacientes tinham idade média de seis anos (variando de seis meses a 16 anos), dos quais 51% (22/43) eram fêmeas, 90% (39/43) sem raça definida, 7% (3/43) da raça Persa e 3% Siamês (1/43). Sobre a presença de infecção pelos Vírus da Imunodeficiência Felina e Leucemia Felina (FIV/FeLV), 83% (36/43) eram negativos, 12% (5/43) positivos para FeLV e 5% (2/43) positivos para FIV. Quanto à sintomatologia, 28% (12/43) eram assintomáticos; 37% (16/43) apresentavam sintomatologia leve; 14% (6/43), sintomatologia moderada; e 21% (9/43) grave. Dos 21 pacientes que realizaram LBA, nenhuma larva foi resgatada, mesmo nos quatro gatos positivos pelo método de Baermann. Dos parasitados, 34% (6/18) eram assintomáticos, 34% (6/18) eram sintomáticos leves, 5% (1/18) eram moderados e 27% (5/18) eram graves; com idade média de 3,7anos (variando de cinco meses a oito anos), 50% fêmeas, 95% (17/18) SRD e 5% (1/18) Persa, 77% (14/18) eram negativos para FIV/FeLV e 23% (4/18), positivos para FeLV. Conclui-se que o parasito é uma importante causa de doença broncopulmonar em gatos, sendo o método de Baermann confiável, de baixo custo, de fácil acesso e não invasivo no diagnóstico de demonstração das larvas nas fezes. O LBA, a radiografia torácica e o hemograma não caracterizaram a infecção parasitária na maioria dos gatos parasitados. Os pacientes com acesso à rua, gramíneas/ pólen e hábito de caça se mostraram mais predispostos à infecção parasitária. Porém, sugere-se a necessidade da realização da avaliação molecular das amostras fecais para confirmar os resultados obtidos através da detecção de frações gênicas do nematódeo.