Colaboração na produção escrita em segunda língua : uma proposta de revisão por pares para a aula de língua inglesa em uma escola com currículo bilíngue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Bolzan, Daniele Blos
Orientador(a): Pupp Spinassé, Karen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/157029
Resumo: Pesquisas têm indicado que o diálogo colaborativo poderia ser o lugar onde o uso da língua e a aprendizagem da língua poderiam coocorrer (SWAIN, 1997), tornando-se uma atividade social e cognitiva (SWAIN, 2000). A prática de revisão por pares proporciona a seus participantes um tipo de aprendizagem colaborativa, com foco na escrita, que permite a interação entre os alunos e que os leva à co-construção de conhecimento. Ela tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento da autonomia dos aprendizes, levando-os de um estágio de dependência para outros estágios de inter e independência, em um processo contínuo de tomada de controle para a realização de seus objetivos. Unindo seus conhecimentos, os aprendizes, ao trabalharem juntos, alcançam níveis mais elevados de desempenho, através da assistência mútua (OHTA, 2000). Assim, esta pesquisa teve por objetivo propor a prática de revisão por pares de produção escrita a um 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola com currículo bilíngue Português-Inglês do sul do Brasil. Ela visou a analisar a atividade colaborativa em que os participantes se envolveram enquanto estavam engajados na atividade de revisão por pares, destacando os efeitos que essa revisão apresentou nas versões finais dos textos e, para tal, os dados foram analisados de forma quantitativa e qualitativa. A geração dos dados ocorreu durante o segundo trimestre letivo nas aulas de Inglês Aplicado, em que os alunos produziram individualmente e revisaram colaborativamente cinco textos cada. As propostas para a produção dos textos estavam de acordo com as diretrizes do exame de Cambridge FCE for Schools, que os alunos participantes prestariam no ano seguinte, e envolveram gêneros textuais variados. As expectativas dos aprendizes antes da prática, bem como sua avaliação depois das sessões de revisão foram analisadas Os resultados apontam para a receptividade dos participantes a essa prática pedagógica e para o trabalho colaborativo, e demonstram o otimismo dos aprendizes em relação à possibilidade de melhoria dos seus textos após a revisão do colega. Em relação aos textos produzidos, foi feito o levantamento de quais aspectos linguísticos e textuais foram abordados nas interações através das categorias apresentadas por Storch (2005). Também se buscou investigar se as sugestões dadas pelos revisores foram benéficas para a escrita de uma segunda versão melhor do texto e se as sugestões recebidas foram incorporadas à nova versão do texto. Foi possível observar que, nos Episódios Relacionados à Língua (ERL, SWAIN, 2002), foram discutidos diferentes aspectos linguísticos e estruturais dos textos, focando tanto na forma quanto no conteúdo Os dados sugerem que a maioria dos ERLs foram resolvidos e resolvidos corretamente, impactando positivamente na reescrita dos textos e suportando evidência empírica já existente nesse sentido (NIU, 2009; STORCH, 2001; STORCH e ALDOSARI, 2013). Da mesma forma, a maioria das sugestões foi incorporada pelos escritores quando reescreveram seus textos. Por fim, a interação entre os participantes e os padrões de interação desenvolvidos foram analisados, observando se houve andaimento, negociação, mediação e troca de papéis, e as duplas foram situadas em um continuum, desenvolvido para a análise desses dados, que vai do mais conflitivo para o mais colaborativo. Os resultados apontam que mesmo em pares em que os aprendizes demonstram habilidade linguística semelhante na L2 e não seja possível identificar um indivíduo mais experiente, os participantes foram capazes de oferecer andaimento e engajar-se em negociação e em um processo colaborativo de aprendizagem. Esta pesquisa pretende contribuir com professores ao evidenciar que a colaboração entre aprendizes é um caminho para que a aprendizagem de L2 aconteça, mantendo-os motivados, indo ao encontro de seus interesses e desenvolvendo sua autonomia como aprendizes de L2.