Aplicação da avaliação do ciclo de vida em embalagens descartáveis para frutas : estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Passuello, Ana Carolina Badalotti
Orientador(a): Cybis, Luiz Fernando de Abreu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/12690
Resumo: A avaliação do ciclo de vida (ACV) é uma ferramenta que avalia os aspectos ambientais e os impactos potenciais ao longo do ciclo de vida de um produto, desde a aquisição de matérias-primas, passando por produção, uso e disposição. Suas características possibilitam a aplicação da ferramenta na comparação de produtos. Um setor que costuma ser alvo deste tipo de análise é o de embalagens, por possuir o período de uso muito curto e não necessariamente ligado ao produto embalado. Neste trabalho, a metodologia de avaliação do ciclo de vida (ACV) é aplicada à indústria de embalagens descartáveis para frutas, com a finalidade de comparar o desempenho ambiental de caixas de madeira e de papelão ondulado (PO). A metodologia para realização da ACV utilizada está de acordo com o descrito na família de normas ISO 14040, sendo dividida em quatro etapas: definição de objetivo e escopo, análise de inventário, avaliação de impacto e interpretação dos resultados. O cenáriobase da avaliação considera a produção energética segundo a matriz dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e disposição de resíduos sólidos em aterro controlado. Na avaliação de impacto, foi realizada a análise no nível de caracterização e dano normalizado. Os resultados obtidos, no nível de caracterização, demonstram que as embalagens em madeira são mais interessantes ambientalmente do que as em PO, para a maioria das categorias de impacto avaliadas. Para as categorias relacionadas à saúde humana, os escores das embalagens em madeira são 75% menores para carcinogênicos e não-carcinogênicos. Os escores do cenário PO foram melhores para as categorias de radiação ionizante, depleção do ozônio estratosférico e oxidação fotoquímica, sendo entre 62% e 74% menores que os do cenário madeira. Para mudanças climáticas, o ciclo de vida PO possui valor de impacto 25% maior que o madeira. Já para as categorias relacionadas à qualidade do ecossistema, o valor obtido para o ciclo de vida madeira é 95% menor para eutrofização e 70% menor para ecotoxicidade dos corpos d’água. Os resultados obtidos na caracterização conduziram à avaliação no nível de dano normalizado. Na avaliação de dano normalizado, foi demonstrado que a maior vantagem do ciclo de vida PO é a baixa utilização de recursos minerais e energéticos. Para as demais categorias de dano – mudanças climáticas, saúde humana e qualidade do ecossistema – o ciclo de vida da madeira demonstrou melhor comportamento que o do PO. A discussão dos resultados evidencia que os processos que mais contribuem para os impactos, nos dois ciclos de vida analisados, estão relacionados à extração da madeira, produção de energia e disposição dos resíduos sólidos. Para o cenário PO, cabe destacar ainda a produção de celulose pelo processo Kraft. A avaliação de cenários permite inferir que a matriz energética e a disposição final de resíduos sólidos teve influência direta nos resultados da ACV. A partir dos resultados obtidos, constata-se que a embalagem em madeira possui comportamento ambiental melhor que a em PO para o cenário-base avaliado.