Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Pagano, Cassia Garcia Moraes |
Orientador(a): |
Dal Pizzol, Tatiane da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/194226
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Resumo: |
Nos estudos farmacoepidemiológicos, informações autorrelatadas obtidas por meio de questionário são comumente usadas como medida da exposição a medicamentos. Porém, dados coletados através do autorrelato retrospectivo estão sujeitos ao erro recordatório, podendo levar a erros nas estimativas. Um dos fatores que pode afetar a acurácia dos dados obtidos por este método é a capacidade do respondente em recordar de maneira fiel a utilização de medicamentos num certo período de tempo. Existe grande variação do período recordatório adotado em estudos de utilização de medicamentos, sendo o período de 14 dias o mais usual. O objetivo deste estudo foi avaliar a validade relativa de três períodos recordatórios diferentes, sete, 14 e 30 dias, para o autorrelato do uso de medicamentos, utilizando como referência um recordatório de 24 horas. Foi realizado um estudo transversal no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde os participantes foram alocados, aleatoriamente, em três grupos de acordo com os períodos recordatórios de sete, 14 e 30 dias e entrevistados em dois momentos distintos, respondendo a um recordatório de 24 horas na primeira entrevista e a um questionário sobre o uso de medicamentos num período determinado conforme o grupo de alocação, na segunda entrevista. As concordâncias foram avaliadas comparando os dois questionários por kappa e percentual de concordância. Dos 360 participantes que responderam ao recordatório de 24 horas na primeira entrevista, 299 completaram o estudo ao responderem ao segundo questionário. A distribuição das características sociodemográficas e das prevalências de uso de medicamentos foi semelhante entre os grupos avaliados. O percentual de concordância variou entre 92 a 99% para os medicamentos de uso contínuo e entre 63 a 81% para os de uso eventual nos três períodos recordatórios. O coeficiente kappa variou de 0,92 a 0,97 no período recordatório de sete dias, 0,82 a 0,90 em 14 dias e 0,71 a 0,81 em 30 dias para os medicamentos de uso contínuo. Para os medicamentos de uso eventual, o coeficiente kappa oscilou entre 0,27 a 0,52 nos três períodos avaliados. Não houve diferença de concordância entre os três períodos recordatórios avaliados quando comparados ao recordatório de 24 horas. A concordância foi muito boa para os medicamentos de uso contínuo nos três períodos recordatórios, mas baixa para os medicamentos de uso eventual. Dessa maneira, a análise de concordância sugere que os três períodos recordatórios avaliados são válidos para a investigação da utilização de medicamentos de uso contínuo. Para os medicamentos de uso eventual, ainda são necessários mais estudos a fim de avaliar o período recordatório ideal. Para a determinação do período recordatório ideal deve-se levar em consideração, principalmente, a frequência de uso dos medicamentos a serem investigados. Na avaliação de medicamentos de uso contínuo, o período recordatório parece não influenciar nas estimativas das prevalências e o erro recordatório teria magnitude de efeito pequena sobre a sua subestimação. Para os medicamentos de uso eventual, o período recordatório adotado influencia as estimativas de prevalência do uso de medicamentos e o erro recordatório pode estar relacionado à sua subestimação. Sugere-se a adoção de um período recordatório de 14 ou 15 dias, facilitando futuras comparações entre estudos, especialmente para a investigação de medicamentos de uso contínuo. |