Distribuição, nicho potencial e ecologia morfológica do gênero Enyalius (Squamata, Leiosauridae) : testes de hipotéses para lagartos de florestas continentais brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Barreto-Lima, André Felipe
Orientador(a): Hartz, Sandra Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/54506
Resumo: No capítulo 1 os principais fatores envolvidos com a distribuição geográfica do gênero Enyalius foram a temperatura média anual, a latitude e a amplitude média da temperatura diurna, indicando uma possível adaptação termal do gênero. A distribuição potencial do grupo refletiu na variação geográfica na morfologia, como demonstrado pelas diferenças no tamanho do corpo e estruturas morfológicas, que foram explicadas por variáveis climáticas, espaciais e estruturais do ambiente. A regra de Allen corroborou com os padrões da variação na morfologia de Enyalius, que foram correlacionados com as condições térmicas e geográficas. Os padrões de variação morfológica também foram associados com cobertura vegetal (e talvez a disponibilidade de água nas diferentes regiões), que pode exercer influência sobre a adaptação morfológica de Enyalius e explicar parte do crescimento diferencial alométrico sobre a vasta área geográfica. A hipótese de adaptação térmica deve ser a base para explicar a distribuição de Enyalius em ambientes de florestas do Brasil. No capítulo 2 estudamos as áreas de distribruição potencial de cada espécie do grupo e encontramos para a maioria delas características ambientais gerais que foram importantes para a ocorrência do gênero nos seus ambientes. A latitude e a amplitude média da temperatura diurna, que se sobreporam na maioria dos modelos de nicho potencial, ao longo da costa brasileira, deve caracterizar a distribuição principal das espécies de Enyalius no Domínio Florestal Atlântico. Isso nos indicou um “padrão geral” de fatores básicos importantes para a ocorrência do grupo neste bioma e que, provavelmente, parte dos nichos ecológicos similares entre algumas espécies, em geral, ocorreram por influência ambiental de ampla magnitude em associação à plasticidade fenotípica das espécies como resposta ecológica adaptativa. No capítulo 3, nós encontramos algumas respostas para as espécies de Enyalius, havendo padrões morfológicos e ambientais específicos associados independentemente da relação filogenética ou da proximidade geográfica em que estas se encontram. Acreditamos que as características ambientais e o uso destas, como recursos, devem influenciar mais sobre a ocorrência das espécies em seus hábitats (pressão de seleção natural) do que por uma questão de inércia filogenética herdada ao grupo. Este estudo também indicou que determinadas mudanças evolutivas nas proporções e no tamanho do corpo das espécies de Enyalius devem estar associadas à divergência de hábitats e suas características e/ou ao uso diferente de substratos entre as espécies de lagartos, e que, consequentemente, necessitam de maiores investigações para o conhecimento das causas das relações ecológicas reveladas aqui. Por fim, os padrões observados sobre a variação morfológica nas espécies de Enyalius devem ser uma conseqüência direta de respostas adaptativas a ação das condições ambientais locais (e.g. seleção natural), o que por sua vez nos revelou grande plasticidade adaptativa das espécies através de suas ecologias em ambientes de continente.