Diversidade da helmintofauna e sua relação com a biologia de Didelphis albiventris Lund, 1840 (Mammalia, Didelphimorphia)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Jesus, Stephanie Lopes de
Orientador(a): Marques, Cláudia Calegaro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248984
Resumo: Parasitos são organismos essenciais para o funcionamento de seus ecossistemas e nos informam sobre os hábitos de seus hospedeiros e sua história evolutiva. Os parasitos por vezes causam danos ao seu hospedeiro. O gambá-de-orelha-branca, Didelphis albiventris, é um marsupial didelfídeo que habita florestas abertas e deciduais na América do Sul. Por ser onívora e possuir alta taxa reprodutiva, a espécie é adaptada a viver em ambientes perturbados pela ação humana. Neste estudo descreve-se a composição quantitativa e qualitativa da fauna parasitária de D. albiventris, investigando as relações entre a diversidade, a abundância de helmintos e os parâmetros corporais do hospedeiro e entre os itens alimentares consumidos pelo mesmo e o ciclo de vida dos helmintos nele encontrados. Foram necropsiadas 30 carcaças provenientes de instituições veterinárias e laboratórios de pesquisa situados no Rio Grande do Sul para coletar os parasitos e itens alimentares identificáveis. Foi encontrado o total de 20 espécies de helmintos: dez espécies pertencentes à Nematoda (Aspidodera railietti, Cruzia tentaculata, Travassostrongylus orloffi, Viannaia hamata, Didelphostrongylus hayesi, Capillaria sp., Turgida turgida, Trichuris minuta, Trichuris didelphis e Gongylonema sp.), sete pertencentes à Digenea (Plagiorchis didelphidis, Bursotrema tetracotyloides, Pygidiopsis summa, Didelphoplostomum variabile, Brachylaima migrans, Rhopalias macracanthus e Rhopalias coronatus), duas pertencentes à Acanthocephala (Moniliformis moniliformis e Centrorhynchus sp.) e um cestoide não identificado (Cyclophyllidae). Não houve qualquer relação estatisticamente significativa entre os parâmetros corporais do hospedeiro e a diversidade ou a abundância dos helmintos encontrados por modelo linear generalizado. Os itens alimentares incluíram anelídeos, crustáceos terrestres, insetos, moluscos e traços de pequenos mamíferos, anfíbios e aves, como ossos, pernas, garras e penas. A importância destes itens na dieta dos gambás pode explicar a ocorrência e abundância dos helmintos que necessitam que o hospedeiro definitivo ingira o hospedeiro intermediário infectado com o seu estágio larval para completar seu ciclo de vida. Digenéticos, por exemplo, utilizam moluscos como hospedeiros intermediários. Finalmente, nematoides apresentam diferentes estratégias de transmissão, o que pode explicar sua alta prevalência neste estudo.