Fatores associados ao clampeamento do cordão umbilical em um hospital universitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Strada, Juliana Karine Rodrigues
Orientador(a): Vieira, Letícia Becker
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273528
Resumo: Introdução: o clampeamento do cordão umbilical se refere à prática de pinçar o cordão umbilical no momento do nascimento para separar o recém-nascido da placenta. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é de que o procedimento seja realizado após cessar a pulsação do cordão, o que pode proporcionar benefícios maternos e neonatais, além de reduzir a prevalência de anemia na infância. No entanto, não há consenso na literatura quanto ao tempo ideal de sua realização e o clampeamento realizado de forma precoce/imediata permanece como prática frequente. Objetivo: analisar os fatores associados ao clampeamento do cordão umbilical e comparar os registros em prontuário eletrônico relacionados ao tempo e à classificação da prática com os dados obtidos por observação. Método: estudo transversal observacional, realizado em um hospital universitário do sul do Brasil entre março a outubro de 2019. A prática do clampeamento do cordão umbilical foi observada em 300 duplas mãe-bebê, e o tempo de clampeamento do cordão umbilical foi mensurado utilizando cronômetro digital, sem interferência do observador nos procedimentos. Procedeu-se a análise bivariada e multivariada, com cálculo de razão de prevalência e para comparação dos registros em prontuário eletrônico relacionados à prática do clampeamento do cordão umbilical com os dados obtidos por meio de observação foi utilizado o teste de concordância Kappa. Resultados: a mediana do tempo de clampeamento do cordão umbilical foi de 70,5, variando entre 6 e 217 segundos, e o percentual de clampeamento tardio/oportuno do cordão umbilical foi de 53,7%. Os fatores associados ao clampeamento do cordão umbilical foram: contato pele-a-pele durante a transfusão (RP=0,76; IC 95%: 0,61-0,95; p=0,014), posição do recém-nascido abaixo do nível vaginal no momento da transfusão (RP=2,6; IC 95%: 1,66-4,07; p<0,001), posição do recém-nascido no nível vaginal durante a transfusão (RP = 2,03; IC 95%: 1,5-2,75; p<0,001) e necessidade de reanimação do recémnascido em sala de parto (RP = 1,42; IC 95%: 1,16-1,73; p=0,001). Quanto à comparação dos registros dos diferentes profissionais com a observação da prática verificou-se nível de concordância Kappa de 0,47 em relação à prática observada pela enfermeira, 0,59 em relação ao obstetra e 0,86 em relação ao pediatra. Conclusão: a identificação dos fatores associados ao clampeamento do cordão umbilical, assim como o conhecimento do momento oportuno de sua realização podem auxiliar os profissionais de saúde no planejamento e implementação de ações efetivas nas condutas assistenciais voltadas a essa prática, com potencial de melhoria do clampeamento tardio/oportuno.