Desemprego, exército de reserva, mercado formal-informal : rediscutindo categorias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Ferraz, Deise Luiza da Silva
Orientador(a): Cavedon, Neusa Rolita
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/22741
Resumo: Há uma relação recíproca entre um dos objetivos das ciências administrativas – aumentar a produtividade do trabalho – e o crescimento do desemprego. Contudo, este tema é pouco explorado nessa área do conhecimento. Estudos que tratam direta ou indiretamente desta problemática costumam considerar que os desempregados ou são agentes empreendedores ou estão excluídos das relações de trabalho. Intentamos abordar este tema superando essas abordagens duais. Defendemos a tese de que os desempregados compõem um estrato populacional denominado exército de reserva (ER) e que este pode cumprir, no atual estágio de desenvolvimento das forças produtivas, um duplo papel, qual seja: regulador do preço da força de trabalho e agente contestatório do sociometabolismo do capital. Fundamentados, principalmente, nos estudos de Marx, Oliveira e Iasi, analisamos o mercado de trabalho tal como representado por instituições de pesquisas nacionais e internacionais e os dados coletados junto aos integrantes de um movimentos social formado por desempregados, o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD). O método dialético permitiu reconstituir o movimento dos múltiplos determinantes que sintetizaram a possibilidade de alterações qualitativas em parte do contingente em questão. Concluímos que o ER cumpre função estrutural econômica e ideológica de regular o preço da força de trabalho devido a, basicamente, dois fatores: 1) como superpopulação fluente, é uma reserva de força de trabalho que tende a deprimir o preço desta mercadoria à níveis crescentemente inferiores; 2) enquanto força de trabalho não utilizada diretamente pelo capitalista no processo de produção, os membros do ER, em sua manifestação como superpopulação estagnada, tendem a efetuarem trabalhos, seja na considerada economia informal seja na economia doméstica ou ainda na economia subterrânea, que satisfazem necessidades dos membros do exército ativo (EA) e do exército de reserva em sua manifestação fluente. Ao oferecerem produtos e serviços à baixo custo ao EA e ao próprio exército de reserva, a superpopulação estagnada colabora para o rebaixamento do valor da mercadoria força de trabalho, tendo em vista que esta, segundo a lei do valor, deve equivaler ao valor dos produtos necessários a sua reprodução. Defendemos, portanto, que no atual modo de produção capitalista em países periféricos opera-se, gradativamente, uma mudança qualitativa na consciência de classe desta parcela da classe trabalhadora que, sobretudo após o advento da reestruturação produtiva, apresenta tendência crescente de reposição contínua, isto é, mudança quantitativa que tem sido oportunizada, dentre outros fatores, pelo desenvolvimento do conhecimento administrativo.