Pareamento de registros das grandes bases do SUS para permitir análises longitudinais de pacientes com câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Prestes, Isaías Valente
Orientador(a): Duncan, Bruce Bartholow
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/179058
Resumo: OBJETIVO: gerar uma base de dados de pacientes com câncer construída por meio de pareamento de registros das grandes bases de dados do SUS para permitir análise longitudinal do diagnóstico ao tratamento dos casos mais suscetíveis a tratamento, com ênfase em um conjunto de canceres potencialmente tratáveis e/ou frequentes. MÉTODO: realizamos um estudo descritivo utilizando bases de dados do SUS com dados nominais, que foram disponibilizados pelo DATASUS. A organização da base de dados oncológicos iniciou com os dados da base de Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (SIA/APAC), do período de 2000 a 2012, para quimioterapia e radioterapia. Essas bases de APAC tiveram suas informações combinadas, formando uma única base oncológica. Os pacientes submetidos a tratamento de quimioterapia e/ou radioterapia receberam identificador único derivado da aplicação de pareamento probabilístico de registros. Essa identificação possibilitou a avaliação da trajetória do paciente ao longo do tratamento oncológico do SUS. Utilizamos o pareamento probabilístico de registros em outras duas etapas: 1) vinculação da base de químio-radioterapia com informações de hospitalização oriundas do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS); 2) vinculação de registros da base de oncologia com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) – corrigindo informação sobre óbito, importante para futura análise de sobrevida. A base de dados de oncologia foi desenvolvida e controlada no programa de computador Statistical Analysis SAS®. Realizamos os pareamentos de registros no FRIL versão 2.1.5. Sobre esta base final, computamos estatísticas descritivas para os cânceres passíveis de prevenção, detecção precoce e tratamento definidos por Farmer et al. 2010. Calculamos as tendências das medidas epidemiológicas desses cânceres por meio do programa de computador JoinPoint Regression, versão 4.5.0.0. RESULTADOS: construímos uma base de dados para oncologia, de âmbito nacional, orientada para análise epidemiológica, com informações de pacientes atendidos pelo SUS. Obtivemos estimativas de incidência de tratamentos e exploramos evolução do tempo entre diagnóstico e início de tratamento para o conjunto de canceres potencialmente tratáveis e/ou frequentes, no SUS. A análise epidemiológica do tratamento oncológico público no Brasil mostrou que o SUS ampliou o acesso ao 13 cuidado oncológico no âmbito de quimio e radioterapia nesse período. O tempo de espera entre diagnóstico e início do tratamento é longo e não se atenuou entre 2008 e 2012 consideravelmente. CONCLUSÃO: o pareamento de dados se mostrou um processo efetivo para criação de uma base nacional de pacientes com câncer em tratamento de quimio- e/ou radioterapia no SUS, entre 2000 e 2012. A base de dados APAC oncologia concentra importante informação epidemiológica sobre tratamento do câncer no SUS. Dessa forma, ela apresenta grande potencial para ser usada no sentido de prover informação de serviço e políticas públicas. Além disso, representa uma importante ferramenta para o Ministério da Saúde desenvolver indicadores e monitorar o câncer no País – itens importantes assumidos no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil e a definição das metas globais para o enfrentamento dessas doenças até 2025.