Geologia das formações pós gondwânicas Santa Tecla e Tupanciretã - RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ruppel, Kelvyn Mikael Vaccari
Orientador(a): Dani, Norberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273194
Resumo: A história deposicional e evolução da sedimentação intracratônica Pós Gondwânica ocorrida na Bacia do Paraná no sul do Brasil está preservada no registro das formações Tupanciretã e Santa Tecla, Rio Grande do Sul. Elas representam deposições de paleodrenagens desenvolvidas a partir de um domo de soerguimento do Escudo Sul-Riograndense/Uruguaio no período de separação do Supercontinente Gondwana. Estes processos são hoje verificados a partir da extensa drenagem megaradial do tipo flanco-cúpula que ocorre no Rio Grande do Sul delimitando a Bacia Coletora do Rio Uruguai, posicionando ambas as formações no flanco deste meio domo. As formações Tupanciretã e Santa Tecla estão inseridas nas Superfícies Cimeiras de Vacaria e Caçapava do Sul permitindo assumir que durante o Neocretáceo já houvesse a deposição destas unidades, tendo havido posteriormente processos de inversão de relevo ao longo do Terciário. Na Fm. Tupanciretã foram obtidas 388 idades U-Pb em grãos de zircão, 1.481 análises químicas de turmalina em 751 grãos, e medida do arredondamento de 739 grãos de turmalina e 589 grãos de zircão da Seção Tipo e arredores. As idades mais antigas de zircão indicam proveniência compartilhada entre rochas ígneas e metamórficas dos ciclos orogênicos Transamazônico, Grenvilliano e Brasiliano do ESRG. As idades mais jovens apontam para os eventos ígneos Choiyoi e Serra Geral, sendo a idade máxima de deposição de 127 Ma. A química das turmalinas também aponta como a fonte mais primitiva o ESRG, com origens metapelítica/metapsmítica e granítica. Os graus de arredondamento elevados asseguram significante evidência de reciclagem de sedimentos a partir de rochas pretéritas da Bacia do Paraná, com importante retrabalhamento eólico envolvido. A assinatura U-Pb dos zircões é compatível com o encontrado no setor Leste da Formação Botucatu no RS, indicando esta como fonte imediata dos sedimentos da Formação Tupanciretã. Repositórios intermediários entre o Escudo e a Fm. Tupanciretã foram unidades sedimentares Gondwânicas da Bacia do Paraná, e possível participação da Bacia do Camaquã. Já a Fm. Santa Tecla esteve submetida a um regime de maior estagnação e proximidade do ESRG, o que lhe propiciou maior aporte de coloides, desenvolvendo calcretes, dolocretes e silcretes, análoga à outras unidades da Supersequência Bauru. Ambas as formações possuem representatividade na escala desta supersequência.