Políticas linguísticas e ensino de português como língua de acolhimento para imigrantes no Brasil : uma discussão a partir da oferta de cursos nas universidades federais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Marques, Aline Aurea Martins
Orientador(a): Schoffen, Juliana Roquele
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/189500
Resumo: O conhecimento da língua majoritária de um país, embora não seja condição suficiente para a integração de imigrantes à sociedade receptora, possui um importante papel nesse processo (KRUMM; PLUTZAR, 2008; ISPHORDING, 2015). Assim sendo, este trabalho tem como objetivo discutir políticas linguísticas para o ensino de português como língua de acolhimento (PLAc) (ANÇÃ, 2006; CABETE, 2010; GROSSO, 2010; AMADO, 2013; SÃO BERNARDO, 2016; LOPEZ, 2016) no Brasil. Para tanto, trato sobre os fluxos migratórios recentes para o Brasil – em especial, sobre os fluxos de haitianos, sírios e venezuelanos –, analiso alguns dos principais instrumentos legais brasileiros para a imigração, bem como realizo uma revisão bibliográfica sobre políticas linguísticas. Além disso, com a finalidade de verificar a coordenação entre a agenda migratória oficial brasileira e as políticas linguísticas no Brasil, realizo um levantamento dos cursos de português como língua adicional (PLA) ofertados pelas universidades federais e, com base nas respostas ao questionário enviado a essas instituições, discuto o espaço do ensino de PLAc nesses locais. Os resultados deste estudo indicaram que, apesar do aumento dos fluxos migratórios para o Brasil e da maior abertura na agenda migratória brasileira, ainda faltam políticas linguísticas para contribuir com a integração dos imigrantes que o país vem recebendo. As iniciativas para o ensino de língua de acolhimento para imigrantes, em grande medida, são promovidas pela sociedade civil ou instituições não governamentais e contam com pouco apoio do poder público Na esfera federal, mesmo nas universidades, locais onde a área de PLA está em expansão e é relativamente bem desenvolvida em comparação com outros espaços, ainda são poucas as instituições atuando no ensino de PLAc: das 63 universidades contatadas, 55 responderam ao questionário, sendo que 43 informaram possuir cursos de PLA e apenas 14 mencionaram a existência de cursos ou projetos para o ensino de PLAc na instituição. Todavia, considerando que políticas de integração precárias podem contribuir para uma percepção negativa acerca dos imigrantes e para o reforço de políticas migratórias defensivas (PENNINX, 2003), defendo que o Estado precisa investir mais na promoção de políticas linguísticas para o ensino de PLAc no Brasil, a fim de facilitar a efetivação da acolhida humanitária que vem sendo proposta pelas políticas migratórias brasileiras. A partir das discussões realizadas nesta pesquisa, pretendo contribuir com o debate sobre políticas linguísticas para a integração de imigrantes no Brasil e mostrar alguns aspectos que a área de PLA, especialmente dentro das universidades federais, pode desenvolver mais.