Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Angeli, Douglas Souza |
Orientador(a): |
Brandalise, Carla |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/211481
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Resumo: |
Alberto Pasqualini (1901-1960) apresentou-se como candidato pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Rio Grande do Sul durante as três primeiras eleições após o Estado Novo: a governador em 1947 e 1954, sendo derrotado em ambas ocasiões, e a senador em 1950, tendo sido eleito. Pasqualini desenvolveu suas campanhas eleitorais ao longo do processo de gestação e consolidação da experiência democrática no período posterior à ditadura de Vargas. Neste novo cenário, o meio político buscou se adaptar a modificações nas regras do jogo. Algumas das mudanças incluíram a criação de partidos políticos nacionais, a ampliação e modificação do perfil do eleitorado e a competitividade entre as diferentes forças políticas. Considerando a importância desse período para a construção de um interesse pelo voto e pela competição política, o objetivo da tese foi compreender o processo de construção do eleitor por meio do estudo das campanhas eleitorais de Pasqualini. Visto como o “teórico do trabalhismo brasileiro”, Pasqualini defendeu o papel pedagógico das campanhas eleitorais, ressaltando a necessidade de “esclarecimento” do eleitorado acerca do programa partidário e valorizando o voto como um meio legítimo de participação política, em especial para as camadas populares. A presente tese busca compreender a inserção de Alberto Pasqualini neste novo processo democrático, enfocando-se nas campanhas eleitorais do político gaúcho. Ademais, a tese objetiva analisar as práticas de mobilização utilizadas nas campanhas eleitorais de Pasqualini e, ao mesmo tempo, como se construiu uma imagem de popularidade do candidato frente o eleitorado. Para tal fim, foram utilizados periódicos, especialmente jornais e revistas que circularam em Porto Alegre entre os anos de 1945 e 1954, assim como cartas do acervo pessoal de Pasqualini e de seus interlocutores. Adicionalmente, recorreu-se a fotografias e imagens de propaganda eleitoral. Ao longo do trabalho é possível perceber o papel da imprensa, dos partidos políticos e da Igreja Católica na mobilização eleitoral. Tal envolvimento demonstra um processo de aprendizado, tanto desses diferentes agentes como dos eleitores, com relação aos meios de se produzir um interesse pelo voto e dos sentidos a ele atribuídos. No caso do clero e de setores católicos, a Liga Eleitoral Católica (LEC) atuou como um mecanismo de controle diante do crescimento do eleitorado, buscando orientar o eleitorado católico e afastálo de candidaturas tidas como não solidárias às pautas católicas. Assim, os membros deste grupo terminaram por enquadrar o ato de votar em uma retórica anticomunista. Juntamente com a ação coercitiva de autoridades locais, a atuação de setores do clero e de leigos católicos e o anticomunismo são fatores explicativos para as derrotas eleitorais de Pasqualini em 1947 e 1954. A construção do eleitor é um processo disputado por diferentes agentes que atribuem sentidos distintos ao ato de votar. Neste sentido, as campanhas eleitorais de Alberto Pasqualini entre 1945 e 1954 evidenciam a centralidade desse processo no período citado, bem como as tensões e limites dessa experiência de democracia em seu momento inicial. |