Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Mosele, Francisca |
Orientador(a): |
Fuchs, Sandra Cristina Pereira Costa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/132721
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Resumo: |
Introdução: A dieta DASH [Dietary Approach to Stop Hypertension] é uma das mais eficazes intervenções para o manejo e prevenção da hipertensão. Seu efeito é independente da restrição salina e calórica, sugerindo que mediadores nutricionais intermedeiem sua eficácia. Entre eles, produtos finais da glicação avançada (AGES) têm sido identificados como mediadores da inflamação endotelial e sistêmica envolvidas no processo de regulação arteriolar e pressão arterial. Não há estudos clínicos investigando a associação entre dieta DASH, níveis plasmáticos de AGES e marcadores de inflamação vascular e sistêmica. Objetivos: (1) Desenvolver um escore de avaliação de adequação ao padrão alimentar DASH orientado pela hipótese a partir da frequencia de consumo de grupos alimentares e sua capacidade de associação com níveis pressóricos em pacientes hipertensos. (2) Avaliar o papel dos AGEs como mediadores da associação entre adesão a dieta tipo-DASH e marcadores de inflamação vascular e sistêmica em pacientes com pré-hipertensão e hipertensão arterial. Metodologia: Escore DASH de freqüência de consumo de grupos alimentares (FG- DASH Score) foi criado com base nas recomendações da dieta DASH, utilizando a freqüência de consumo como um substituto ao número de porções. O escore avalia sete grupos de alimentos. Pontuação máxima (10 pontos) era obtida quando a recomendação fosse atingida. Validade foi definida pela comparação dos resultados obtidos para o FG-DASH Escore com outros escores DASH para o plano alimentar DASH de sete dias com ANOVA de uma via e Bonferroni. Percentis foram utilizados para avaliar a distribuição da pontuação FG-DASH Escore. Validade concorrente de critério foi avaliada por testes t ou ANOVA em subgrupos de indivíduos. Confiabilidade e consistência interna foi avaliada com coeficientes alfa de Cronbach. Associação entre os quartis de pontuação FG-DASH Escore e níveis de pressão arterial foi avaliada por meio de modelo linear geral ajustado para sexo, idade, terapia anti-hipertensiva, e IMC. Para avaliar o papel dos AGEs como mediadores da associação entre adesão a dieta tipo-DASH e marcadores de inflamação vascular e sistêmica delineou-se um quasi-experimento aninhado aos ensaios clínicos do Estudo PREVER. Foi incluída amostra dos participantes avaliados no centro de pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre março/2011 e agosto/2012. População foi composta por 361 indivíduos de ambos os sexos, pré-hipertensos e hipertensos estagio I, não-diabéticos, sem doenças cardiovasculares, crônicas limitantes ou dano renal. Após a confirmação da elegibilidade os participantes receberam orientação para adoção de um estilo de vida saudável. Consumo alimentar avaliado na linha de base e após 12 semanas de intervenção por questionário de frequência de consumo de grupos alimentares. Adesão a dieta tipo DASH definida pelo FG-DASH Escore. Amostras biológicas obtidas ao final do protocolo. Níveis plasmáticos de AGEs determinados pela análise de N-carboximetil-lisina (CML). Definição de inflamação vascular e sistêmica a partir da criação de escore que variou de 0 a 4 para marcadores de inflamação vascular (sVCAM, sICAM, e-seletina e VEGF) e de 0 a 5 para marcadores de inflamação sistêmica (Adiponectina, IL-1, IL-6, IL-10, TNF-α). Resultados: Houve adequação média de FG- DASH Score superior a 90% para os cardápios. Escores médios foram significativamente menores em homens do que mulheres e entre os indivíduos mais jovens comparados aos mais velhos. Todos os subitens estão diretamente relacionados com a pontuação total. O coeficiente alfa não-padronizado de Cronbach foi de 0,52. Associação significativa entre os quartis do FG-DASH Escore e pressão arterial foi mantida após o ajuste para fatores de confusão. No estudo delineado para avaliar o papel dos AGEs como mediadores da associação entre dieta DASH e inflamação, maiores escores foram observados para maioria dos componentes individuais ao final do protocolo, mas não escore total. AGEs correlacionam-se com componentes inflamatórios exceto sICAM, sVCAM e Adiponectina. Correlações moderadas foram observadas entre variáveis incluídas no escore vascular e sistêmico. Não houve associação entre FG-DASH Escore e CML, escore de inflamação vascular ou sistêmica. Contudo verificou-se um associação inversa entre níveis de AGEs e escore de inflamação sistêmica, mesmo após estratificação de acordo com níveis pressóricos e inclusão de fatores de confusão. A análise de mediação pelo CML entre FG-DASH Escore e escore de inflamação vascular e sistêmica não foi verificada. Conclusão: O FG-DASH Score demonstrou validade de constructo e concorrente bem como confiabilidade, especialmente em pacientes hipertensos. Os resultados dessa tese ainda sugerem que, apesar de os AGEs se associarem inversamente com inflamação sistêmica, esses não se comportaram como mediadores da associação entre adesão à dieta tipo DASH e marcadores de inflamação. |