Determinantes do movimento de trabalhadores pendulares na aglomeração urbana do nordeste do Rio Grande do Sul : uma análise a partir dos transportes coletivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Stamm, Cristiano
Orientador(a): Lahorgue, Maria Alice Oliveira da Cunha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/71909
Resumo: Este trabalho teve como objetivo central verificar e analisar, através dos trabalhadores pendulares da Aglomeração Urbana do Nordeste (AUNe) do Rio Grande do Sul que se deslocavam por meio de transporte coletivo, os determinantes do movimento pendular na região no ano de 2012. Esses determinantes são um indicativo relevante de dimensionamento do mercado de trabalho, assim como de desenvolvimento regional, e a importância de estudálos, especificamente por meio dos trabalhadores, se faz devido à difusão das tendências urbanas ocorridas nos grandes centros, pelo potencial que esse movimento tem em se alastrar pelo território nacional e, fundamentalmente, em razão do crescimento das cidades de porte médio e das aglomerações urbanas no interior do país. O suporte teórico que dá sustentação ao surgimento dessas aglomerações é encontrado nas teorias dos lugares centrais e dos polos de crescimento, pois é através das relações dinâmicas e das disparidades da distribuição das atividades econômicas no espaço geográfico ou no espaço econômico que a teoria da polarização auxilia na compreensão da hierarquização das regiões e dos efeitos da mobilidade da população. Metodologicamente, foi utilizada uma survey que consistiu em uma pesquisa através da aplicação de questionários a uma amostra de 430 trabalhadores pendulares da AUNe. Buscando as atividades fora do município de residência, além de oferecer melhores condições econômicas/financeiras, o trabalhador pendular reforça as transformações no espaço geoeconômico com suas movimentações cotidianas, refletindo numa dinâmica socioeconômica diferenciada, evidenciando a atração que os polos acabam exercendo sobre as outras regiões e, também, como se constitui o mercado de trabalho que se estabelece por lógicas distintas. Além do retrato do perfil dos trabalhadores pendulares que se deslocam na AUNe, a pesquisa apontou que é forte a tendência dos efeitos da polarização sobre o mercado de trabalho nesta região, e que esses efeitos são proporcionados pela cidade de porte médio de Caxias do Sul, que apresentou maior movimento centrípeto, sendo responsável por cerca de 45% dos destinos dos trabalhadores pendulares na região. Com as exceções das cidades de Santa Tereza e Monte Belo do Sul, todas as demais cidades apresentaram uma pendularidade cruzada. Ao fim foi observado que existem dois tipos de determinantes que atuam sobre o trabalhador pendular, sendo eles: o determinante de estímulo – o qual pode ser relacionado ao fator ou motivador primário que fez com que o indivíduo procurasse atividades de trabalho em outro município; e o determinante de continuidade – o qual é pertinente ao motivo pelo qual o indivíduo não migra para a cidade em que trabalha, dando vida e realizando continuamente o movimento pendular. Analisando os dois determinantes, os resultados apontam que o primeiro reforça a teoria de que, mesmo numa aglomeração urbana interiorana, o motivo dominante inicial nas decisões do trabalhador ainda é de natureza econômica, enquanto o determinante de continuidade agrega na discussão teórica do movimento pendular os fatores sociais, os quais passam a ser o motivo dominante na continuidade deste fenômeno. Assim, pode-se inferir que a hipótese certamente se confirma, pois ficou evidenciado que o movimento pendular de trabalhadores é influenciado por fatores que compõem dois tipos de determinantes, sendo que no determinante de continuidade estão incluídos fatores distintos daqueles apresentados pelo determinante inicial de estímulo.