Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Campelo, Gabriela da Cruz |
Orientador(a): |
Picon, Paulo Dornelles |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/188682
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Resumo: |
Base Teórica: A espasticidade é uma manifestação clínica decorrente da lesão do neurônio motor superior presente em doenças do Sistema Nervoso Central como Acidente Vascular Encefálico, Paralisia Cerebral, Trauma Crânio Encefálico, tumores entre outras. Levando em consideração que não existe um tratamento único para o paciente com espasticidade, o mesmo deve estar inserido em um programa de reabilitação. Existem evidências de que o tratamento do paciente com espasticidade deve ser instituído precocemente, e mantido com controle continuado ao longo da sua evolução com as terapêuticas farmacológicas como a aplicação de Toxina Botulínica tipo A (TBA) e terapêuticas de reabilitação física. Por isso, a importância do presente estudo, para verificar as perspectivas, a longo prazo, dos pacientes tratados com TBA. Objetivo: Avaliar de forma transversal uma amostra de participantes de um ensaio clínico com aplicação toxina botulínica tipo A no tratamento de espasticidade quanto a evolução da espasticidade (grau de tônus muscular), novas aplicações de TBA, doses utilizadas, terapêutica de reabilitação e funcionalidade. Métodos: Trata-se de um estudo transversal de uma amostra de pacientes submetidos a um ensaio clínico. Foram convidados, por telefone, a participar deste estudo os 57 pacientes que concluíram o estudo Ensaio clínico randomizado duplocego comparando duas apresentações de TBA no tratamento de espasticidade disfuncional focal, realizado no Ambulatório de Espasticidade do Serviço de Fisiatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) no ano de 2010. Destes, 48 pacientes foram incluídos (84.2% da amostra anterior), mediante a concordância com o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) o qual foi registrado em ligações telefônicas gravadas assim como realizada a coleta dos dados do questionário de terapêutica de reabilitação. Os instrumentos utilizados foram: a Medida de Independência Funcional (MIF). E, avaliação da terapêutica de reabilitação a qual foi realizada através um questionário semiestruturado produzido pelos autores. As informações sobre tônus muscular foram coletadas nos prontuários clínicos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Todos os dados foram salvos e tabulados em Excel 2013. A MIF e o TCLE foram gravadas utilizando-se um gravador de voz digital, portátil, Sony Icd-Px 240,4gb. Para análise estatística dos resultados, utilizou-se os softwares SPSS 22.0 for Windows e GaphPad Prism 6.0. A estatística descritiva para caracterizar a amostra e determinar a distribuição dos escores foi apresentada como porcentagem, média e desvio-padrão ou mediana e intervalo interquartil, conforme apropriado. A fim de testar a normalidade das variáveis continuas foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, em que os escores da MIF não apresentaram curva normal. Posteriormente, para comparar o escore da MIF no baseline e atualmente, nós realizamos o teste de Mann-Whitney, enquanto para analisar a correlação entre tônus muscular e média de aplicação de toxina 5 botulínica, foi realizado o teste de correlação de Spearman. Os p-valores foram considerados estatisticamente significantes quando menores a 0,05. Resultados: Quarenta e quatro pacientes permaneceram vinculados ao Ambulatório de Espasticidade do Serviço de Fisiatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre 44 pacientes (91.6%). A maioria é do sexo feminino (58.3%), idade média de 26,09 anos. Dezenove (43.1%) realizaram aplicação de toxina botulínica após o estudo inicial. Trinta e cinco (79.5%) realizaram algum tipo de terapêutica de reabilitação após o estudo. Não foi observado melhora funcional em pacientes que reaplicaram TBA. Os pacientes que realizaram terapêutica de reabilitação apresentaram escore mais alto na MIF (113.04) em relação aos que não aplicaram. Ademais, observou-se uma correlação positiva entre a última medida do tônus muscular e a média de doses reaplicadas no grupo que reaplicou TBA e realizou reabilitação (r= 0.448), ou seja, os que apresentaram menos tônus muscular aplicaram menores doses de TBA. Conclusões: O tratamento com toxina botulínica não apresentou associação significativamente estatística com melhora funcional. Deve-se cogitar, conquanto, a relevância do atendimento de reabilitação, uma vez que a soma de melhorias funcionais é o que realmente faz mudança na qualidade de vida do paciente. Sendo assim, a reabilitação é importante para o procedimento. Parece-nos ser esse um caminho seguro e de aumento das possibilidades reais de tratamento desses pacientes. |