Exocitose de neurotransmissores e resposta ao tratamento do TDAH com metilfenidato : uma abordagem translacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Bruna Santos da
Orientador(a): Bau, Claiton Henrique Dotto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/198849
Resumo: O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) representa um problema com relevante impacto social e econômico quando não tratado adequadamente, pois está associado a desfechos adversos que causam prejuízos importantes para a qualidade de vida. O metilfenidato (MPH) é o medicamento de primeira escolha para o seu tratamento. No entanto, apesar de demonstrar eficácia no alívio dos sintomas, uma proporção considerável dos pacientes não apresenta resposta sintomatológica adequada e/ou interrompe o tratamento precocemente. A via da exocitose de neurotransmissores, em especial o complexo SNARE, tem se destacado como candidata promissora para o envolvimento tanto na neurobiologia do TDAH quanto nas ações do MPH. Assim, a presente Tese busca investigar com uma perspectiva translacional a resposta ao MPH no tratamento do TDAH, tendo como foco principal os mecanismos de exocitose de neurotransmissores. Múltiplas abordagens integradas e complementares entre ciência básica e clínica compõem o conjunto de dados. As abordagens incluem gene candidato e genômica para a avaliação de vias candidatas em resposta ao MPH em uma amostra clínica, bem como proteômica em modelo animal tratado com MPH. Além disso, dados complementares incluem uma análise genética do papel de um componente do complexo SNARE no transtorno por uso de cocaína (estimulante com alvos moleculares compartilhados com o MPH). O conjunto geral de resultados sugere que a variabilidade genética em vias de exocitose de neurotransmissores influencia a resposta ao MPH, o qual, por sua vez, modula a expressão de proteínas desse sistema. Esse conjunto de evidências, somado a achados prévios, demonstrando o envolvimento de uma via biológica por diferentes perspectivas é singular no contexto da psiquiatria. Esses resultados são úteis para guiar estudos adicionais na busca pela identificação de preditores para a personalização do tratamento e desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. No entanto, eles já constituem por si próprios um passo significativo no entendimento das bases biológicas do TDAH e do seu tratamento. O esclarecimento dos mecanismos biológicos tanto para os profissionais da saúde quanto para os pacientes representa sabidamente um reforço significativo na motivação para a busca do tratamento e sua aderência, além de contribuir para os esforços que visam à desmistificação do problema e universalização do tratamento.