Memórias da migração, memórias da profissão : narrativas de professoras sobre suas vivências nas décadas de 1960 a 1980 (Tangará da Serra – MT)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Regiane Cristina Custódio
Orientador(a): Stephanou, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/102317
Resumo: Trata-se de investigação sobre narrativas de memórias de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental, aposentadas, que viveram em Mato Grosso o processo histórico de formação e consolidação de Tangará da Serra, município no qual tiveram suas experiências profissionais. Inscreve-se no campo de estudos da História da Educação e se inspira na História Cultural. A atenção volta-se, entre outros aspectos, à análise das relações entre a experiência profissional e as formas de representação do mundo social das professoras, expressas em suas narrativas sobre a experiência de migração e os diversos aspectos do exercício da profissão docente no contexto histórico específico. O problema de pesquisa indaga como esse processo é narrado pelas entrevistadas, decorrido quase meio século, considerando a década de 1960 do século XX (período de chegada das famílias das primeiras professoras entrevistadas). Juntamente com o município que se constituía, também foram constituindo-se professoras. Para a história cultural, trata-se de pensar os modos como uma realidade é historicamente construída, pensada, narrada. A metodologia da história oral possibilitou a produção dos dados da pesquisa, assim como demandou a explicitação do conceito de memória e a compreensão de como as professoras reconstroem suas reminiscências instadas pelo evento enunciativo da entrevista, momento em que elaboraram suas narrativas, atravessadas pelas experiências do presente. As narrativas são concebidas como exercício de produção de identidades passadas e presentes e expressam representações da realidade, os modos como as professoras narram a si mesmas e como são narradas pelos outros. Em se tratando dos temas migração e colonização, destacam-se autores como João Carlos Barrozo, Regina Beatriz Guimarães Neto e Octavio Ianni. Da história cultural, autores como Roger Chartier e Sandra Pesavento foram centrais. Para pensar a memória, destacam-se Alistair Thomson, Antonio Torres Montenegro, Alessandro Portelli, Maria Stephanou e Maria Helena Bastos. No que diz respeito à história da educação, em regiões de colonização recente, a tese valeu-se dos estudos de Carlos E. Oliveira e Josiane B. Rohden. O corpus empírico da pesquisa constitui-se de narrativas de memórias das professoras, concebidas como documentos orais. Foram entrevistadas cinco professoras e colhidos quatorze depoimentos que integram o Acervo de Memórias de Professores da Sala de Memória de Tangará da Serra. Também foram utilizadas fotografias do Acervo da Sala de Memória de Tangará da Serra e artigos de jornais que constam no Acervo de Documentação do Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional – UFMT/Cuiabá. As professoras narradoras, após a experiência da migração, fixaram-se em Tangará da Serra. Frequentaram o Curso de Magistério, casaram-se, constituíram suas próprias famílias e, juntamente com o lugar que se transformava, foram também elas transformando-se ao ocupar uma multiplicidade de lugares: filhas, irmãs, esposas, mães, profissionais professoras, definidas e subjetivadas por múltiplas identidades. Suas memórias reconstruídas no presente apresentam-se como composição.