Uso de extrato de Acacia mearnsii (Acácia Negra) na alimentação de não-ruminantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Poletti, Bruna
Orientador(a): Kessler, Alexandre de Mello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/245319
Resumo: Estudos recentes sobre a atividade dos taninos desmistificaram seu efeito antinutricional e evidenciaram importantes ações benéficas a produção animal devido às suas propriedades antioxidantes, antibacterianas, reparadoras de tecidos e de regulação enzimática e proteica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a adição de extrato da casca de Acacia mearnsii, composto rico em taninos condensados, na dieta de poedeiras, frangos de corte e suínos em crescimento e terminação, sobre o desempenho, digestibilidade dos nutrientes, qualidade de ovos e carne, integridade do coxim plantar, vilosidades intestinais e microbioma das fezes. Foram realizados 3 diferentes experimentos: o primeiro utilizando 40 poedeiras Isa Brown com 51 semanas de idade, o segundo com 160 frangos de corte Label Rouge, e o terceiro, com quarenta e oito suínos em terminação Large White × Landrace. Todos experimentos possuíam uma dieta controle e mais 3 dietas com diferentes níveis de inclusão do extrato de acácia negra na dieta, sendo eles: 150, 300 e 450mg/kg para os experimentos 1 e 2; e 500, 1000 e 2000 mg/kg para o 3. Poedeiras que receberam as inclusões de 300 e 450 mg/kg do extrato apresentaram melhora (P<0,05) nos escores de lesão por pododermatite ao final do experimento. Em frangos de corte, os menores valores de oxidação lipídica da carne, e maiores valores de altura e largura de vilosidades na análise de morfologia intestinal foram encontrados nas amostras dos animais que receberam 300 e 450 mg/kg de inclusão. Em suínos, o aumento dos níveis de inclusão resultou em uma redução linear na oxidação lipídica (P<0,04) e força de cisalhamento (P<0,003) da carne. Na análise do microbioma fecal, a diversidade de dois reinos, Bacteria e Archea, foi identificada, compreendendo sequências de 42 filos, 88 classes, 123 ordens, 287 famílias, 1127 gêneros e 1775 possíveis espécies de microrganismos. O número de espécies não foi diferente (P>0,05) entre os tratamentos (0mg/kg: 505 espécies, 500mg/kg: 547 espécies,1000mg/kg: 570 espécies e 2000mg/kg: 630 espécies). Por outro lado, houve tendência (P<0,08) de crescimento linear do número de espécies com o aumento da adição de tanino na dieta. Concluiu-se que o extrato de acácia negra pode ser adicionado na dieta de aves de postura frangos de corte e suínos em crescimento e terminação sem prejuízos ao desempenho, qualidade dos ovos e metabolismo e digestibilidade de nutrientes. Além disso, sua inclusão melhorou a integridade do coxim plantar das aves de postura, o tamanho das vilosidades intestinais dos frangos de corte, a qualidade oxidativa e maciez da carne de frangos e suínos, além de modular o microbioma fecal dos suínos.