Efeito de intervenções farmacêuticas na adesão ao tratamento de depressão : revisao sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alves, Luísia Feichas
Orientador(a): Dal Pizzol, Tatiane da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213281
Resumo: Introdução: A depressão é uma condição crônica de saúde pública associada a morte prematura e é a terceira causa de anos vividos com incapacidade. Embora os medicamentos antidepressivos apresentem eficácia comprovada, a não adesão é um fator que limita a sua efetividade. Há estudos que mostram um efeito positivo de intervenções do profissional farmacêutico na adesão ao tratamento de doenças crônicas. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar se intervenções farmacêuticas podem contribuir na adesão ao tratamento com antidepressivos e melhora nos sintomas depressivos, através de uma revisão sistemática. Métodos: O protocolo da revisão foi registrado no The International Prospective Register of Ongoing Systematic Reviews (PROSPERO) sob o número CRD42019104713. Foi realizada uma revisão sistemática, com ampla busca nas bases de dados Medline, Embase, CINAHL, Web of Science, Lilacs, Scielo, Cochrane e PsycInfo. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados que medissem o efeito da intervenção do farmacêutico na adesão ao tratamento farmacológico de pacientes adultos ambulatoriais com diagnóstico de depressão, independentemente do método para estimar a adesão. Não foi feita restrição de idioma ou de tempo. Os estudos foram selecionados por dois revisores independentes, com revisão de terceiro para as discrepâncias. A extração de dados foi feita utilizando planilha eletrônica. Foi realizada avaliação de risco de viés dos estudos individuais por meio da ferramenta da Cochrane para ensaios clínicos randomizados. O modelo de efeitos randômicos foi utilizado para cálculo das medidas sumário do desfecho adesão, apresentadas como diferenças médias padronizadas (SDM) e risco relativo (RR), com intervalos de confiança de 95%. A 8 heterogeneidade foi avaliada por meio do teste Q de Cochran. Para fazer as análises estatísticas dos dados utilizou-se o programa R Studio. Resultados: Dos 4034 registros recuperados, foram selecionados 68 para leitura do texto completo. Nesta etapa foram excluídos mais 61 estudos, restando sete para análise. O número de pacientes randomizados nos estudos individuais variou de 63 a 278 (total=1.093), entre os quais dois estudos possuíam menos de 100 participantes. Três estudos eram estadunidenses, dois europeus e dois asiáticos. Os estudos foram heterogêneos nos métodos de estimar adesão e de avaliar a sintomatologia da depressão. As intervenções foram principalmente de aconselhamento individual, com sessões variando de 10 a 25 minutos, uma foi baseada no método de decisão compartilhada e uma possuía contatos de acompanhamento e discussão entre os profissionais de saúde (farmacêuticos e psiquiatras). Os períodos mais utilizados para acompanhamento da adesão foram de três e seis meses. Pela avaliação de risco de viés, quatro dos estudos possuíam alto risco de viés e apenas um possuía risco de viés baixo. Os métodos de aferição da adesão foram variados e indiretos, incluindo autorrelato e registros da farmácia. Os resultados apontaram para uma associação positiva entre adesão e intervenção farmacêutica, com significância estatística nos três primeiros meses de seguimento (RR: 1,31; 95%IC: 1,08-1,58; I²:62%;p=0,03). Nos seis meses de seguimento também apresentou associação positiva, mas sem significância estatística (RR:1,26; 95%IC: 0,96-1,65;I²:71%;p=0,02). Não foi possível analisar relação entre intervenções farmacêuticas e melhora dos sintomas devido à alta heterogeneidade das escalas utilizadas para medir os sintomas depressivos. Conclusões: Os resultados fornecem evidências estatisticamente significativas de benefícios das intervenções do farmacêutico em pacientes ambulatoriais apenas 9 para os três primeiros meses. Devido a importância que diferentes estratégias para melhorar a adesão assumem em condições de saúde como a depressão, mais estudos são necessários para melhorar a qualidade e força das evidências e ampliar para outros desfechos, como melhora dos sintomas depressivos.